Nesta segunda-feira (03) foi finalizada uma operação da Polícia Federal (PF) que resgatou 4 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Maués, no Amazonas. A operação que começou na última sexta-feira (31), e também inutilizou minas subterrâneas de garimpo ilegal na região, em que eles trabalhavam.
A Operação Mineração Obscura, que começou contou com a participação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Fundação Nacional dos Povos Indígenas.
Segundo o Ministério do Trabalho (MTE) as investigações com denúncias de exploração de mão de obra degradante e uso de cianeto na extração ilegal de ouro. O MTE também aponta que havia mais de 50 empregados no local, de acordo com os indícios, incluindo garimpeiros, cozinheiras e gerentes. Mas apenas 4 foram resgatados, já que os outros fugiram ao perceberam a aproximação das autoridades.
“Durante a ação, as equipes de campo constataram que os trabalhadores enfrentavam jornadas exaustivas sem acesso a direitos básicos e estavam expostos aos riscos decorrentes do uso de substâncias químicas tóxicas“, disse a PF em nota.
De acordo com a nota, tamb[em foi descoberto que a extração do minério ocorria por meio de minas subterrâneas, considerado um m[etodo incomum e de alto risco, tanto para os trabalhadores quanto para o meio ambiente. Tanto que a PF já calcula danos ambientais que ultrapassam R$ 1 bilhão, “considerando desmatamento, contaminação de lençóis freáticos e degradação de áreas de preservação“.
As autoridades ainda apontam que esse garimpo é um dos mais antigos do Brasil, e que essa foi a primeira vez que a Polícia Federal realizou a desintrusão de um garimpo subterrâneo.
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