“Eu apelo aos ministros do Supremo Tribunal Federal, eu apelo. Por favor, repensem, vamos partir para uma anistia, vai ser pacificado“, disse o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a tentativa de golpe de Estado, investigada pela Polícia Federal (PF). O apelo de Bolsonaro aconteceu em uma entrevista para a revista Oeste, nesta quinta-feira (28).
Apesar de negar as acusações de estar envolvido na tentativa de golpe, Bolsonaro admitiu na mesma entrevista que chegou a discutir com militares sobre a possibilidade de usar o artigo 142, de decreto de Estado de sítio ou de defesa, após perder as eleições de 2022.
“Você vê até os depoimentos dos comandantes de Força, eles falam que o Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de 142, de estado de sítio, estado de defesa. E eu discuti, sim, conversei. Não fui nenhuma discussão acalorada”, afirmou.
Ao mencionar a anistia, Bolsonaro também citou o presidente Lula, para que ele também optasse pela anistia, para manter o país pacífico.
“Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. A anistia, em 1979: eu não era deputado, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião, e ‘vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente’. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica”, disse.
Bolsonaro foi indiciado pela PF em novembro, assim como outras 36 pessoas, como o tenente-coronel Mauro Cid. O ex-presidente foi indiciado, de acordo com o documento, por integrar uma “organização criminosa, estruturalmente ordenada, com divisão de tarefas e utilização de órgãos, estrutura e agentes públicos, que praticaram ações voltadas a desestabilizar o Estado Democrático de Direito”.
A fala do presidente também faz menção aos envolvidos no nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Para esses, já existe um projeto, o PL nº 2.858, na Câmara dos Deputados, que prevê anistia para os condenados pelo episódio.
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