O relatório divulgado nesta quinta-feira (17) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mostra que mais de 1,1 bilhão de pessoas, o que equivale a um em cada oito habitantes do mundo, enfrenta pobreza extrema. Dentre esses, cerca da metade são crianças.
A situação é três vezes pior nas zonas de guerra, sendo 34,8% da população em regiões de conflito, em comparação com apenas 10,9% nos países em paz. Esses dados são provenientes do Índice de Pobreza Multidimensional Global (IPM), desenvolvido pelo PNUD em parceria com a Iniciativa de Oxford sobre Pobreza e Desenvolvimento Humano realizada desde 2010.
“O IPM 2024 mostra um quadro preocupante”, chama atenção o diretor de estatísticas do Relatório sobre Desenvolvimento Humano do PNUD, Yanchun Zhang, que alerta que dos 1,1 bilhão de pobres multidimensionais, “455 milhões vivem à sombra de conflitos”.
Em 2023, o planeta registrou mais conflitos do que em qualquer momento desde a Segunda Guerra Mundial, mostra o relatório.
O documento, que analisa a situação de 112 países onde vivem 6,3 bilhões de pessoas, revela que a pobreza atinge mais nas áreas rurais (28%) do que nas áreas urbanas (6,6%). Outro dado que chama atenção, jovens com menos de 18 anos são mais impactados (27,9%) em comparação aos adultos (13,5%).
A maior parte da população pobre mundial (83,2%) vive na África Subsaariana e no sudeste da Ásia. Os cinco países com maiores níveis de pobreza são Índia (234 milhões), Paquistão (93 milhões), Etiópia (86 milhões), Nigéria (74 milhões) e República Democrática do Congo (66 milhões).
Na América Latina, 5,8% da população, equivalente a 34 milhões de pessoas, vive em condições de pobreza multidimensional. O Haiti ocupa a primeira posição na região, com 41,3% de sua população em extrema pobreza, enquanto a Guatemala aparece com 28,9%.
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