Nos últimos 3 anos, mais de 82% das 15 mil crianças e jovens vítimas de morte violenta no Brasil são negras

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Nos últimos três anos, 15.101 crianças e jovens com idades entre 0 e 19 anos foram mortos de forma violenta no Brasil, e a maior parte deles (82,9%), eram negros. Os dados constam no relatório Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

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O relatório aponta que apesar da taxa de homicídios ter caído nesse período, a porcentagem de mortes causadas por intervenções policiais aumentou. Do total de mortes violentas no período, 2.427 foram causadas por ações policiais (16,5%), e quase 1 a cada 5 crianças e adolescentes mortos no Brasil foi vitimado em ações policiais, em 2023.

Os dados são do relatório Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil /Foto: Tomaz Silva – Agência Brasil

As violências impactam gravemente as crianças e os adolescentes no País. Meninos negros continuam a ser as maiores vítimas de mortes violentas. Já meninas seguem sendo as mais vulneráveis à violência sexual. E essas dinâmicas são ainda mais preocupantes com o aumento de casos dessas violências contra crianças mais novas”, diz Youssouf Abdel-Jelil, representante do UNICEF no Brasil.

Apesar dos números alarmantes, eles podem ser ainda maiores, já que o estado da Bahia não forneceu dados de 2021.

É importante que haja um protocolo mais claro das abordagens e do uso da força pelas polícias, tendo em vista que os principais alvos são os jovens pretos e pobres da periferia”, aponta a socióloga Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Leia também: Inquérito afirma que não houve racismo em abordagem policial a jovens negros no Rio

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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