À frente da maior cadeira do Poder Executivo há um ano e sete meses, o presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) indicou, nesse intervalo de tempo, 35 pessoas para posse dos cargos máximos dos 23 gabinetes do seu Governo. Nesta lista de atuais e ex-ministros de Bolsonaro, cinco deles divulgaram informações falsas ou imprecisas sobre a sua trajetória acadêmica, mas apenas um desses integrantes saiu, o professor Carlos Alberto Decotelli.
Anunciado como o terceiro ministro da Educação da gestão de Bolsonaro no dia 25 de junho, Carlos Alberto Decotelli da Silva foi o único que deixou o cargo após as fraudes em seu diploma terem se tornado públicas. O professor entregou sua carta de demissão cinco dias após ser apresentado ao lado do presidente.
Na última semana foi descoberto que Decotelli não cursou doutorado na Argentina, título que foi desmentido pelo reitor da instituição, assim como um suposto plágio na dissertação de mestrado apresentada por ele à Fundação Getulio Vargas (FGV).
De acordo com um levantamento da empresa DNA Outplacement, 7 em cada 10 profissionais brasileiros, mentem no currículo
No governo de Jair Bolsonaro, o professor Decotelli não é o primeiro ministro de Bolsonaro a ter um currículo inconsistente ou com falsas informações.
Damaris Alves
Antes de ser nomeada ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves sempre se apresentou como advogada, mestre em educação e em direito constitucional e direito da família. Mas uma reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo, em janeiro deste ano, revelou que a ministra não era nada disso.
Na ocasião Damaris se ‘explicou’ dizendo que “Diferentemente do mestre secular, que precisa ir a uma universidade para fazer mestrado, nas igrejas cristãs é chamado mestre todo aquele que é dedicado ao ensino bíblico”.
Ricardo Salles
Um mês após o Brasil descobrir que Damaris não possui a formação que dizia ter, o site Intercept Brasil revela que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não é mestre em direito público pela Universidade Yale, título atribuído a ele há anos em seus artigos.
A instituição disse nunca ter existido registro de frequencia de Salles na Universidade. A explicação do ministro para esse possível equívoco foi culpar sua assessoria de imprensa que, segundo ele, veiculou erroneamente esta informação em 2012.
Ricardo Vélez Rodríguez
De acordo com um levantamento do site Nexo, o currículo do ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, continha ao menos 22 erros na época em que ele ainda comandava a pasta, em março de 2019.
Os equívocos diziam respeito à produção bibliográfica listada no currículo lattes do ex-ministro. Na ocasião, Vélez nem se explicou, preferiu não se pronunciar.
Abraham Weintraub
Parece que os ministros da educação têm o péssimo hábito de cometerem equívocos em seus currículos. Sai Vélez e entra Abraham Weintraub no MEC, mais um ministro a errar em seu currículo também teve problemas apontados em seu currículo. Na ocasião, Bolsonaro informou que Weintraub era doutor, mas o ex-ministro nunca obteve este título e esta informação não constava do currículo lattes de Weintraub e nem em seu Linkedin. Após o ocorrido, Bolsonaro usou as redes sociais para corrigir a publicação.