O Dólar fechou na cotação de R$5,27 nesta terça-feira (16), o economista Wallace Borges explica que a alta da moeda norte-americana impacta a finança dos mais pobres e entende que os fatores externos são determinantes para a moeda dos Estados Unidos ter acumulado uma alta de 8% sobre o Real desde janeiro.
Para o especialista as falas do ministro Fazenda, Fernando Haddad, sobre reajuste de meta fiscal não têm tanta influência como o mercado acredita. “A alta do dólar impacta diretamente o preço dos alimentos e o bolso dos mais pobres, pois quando o dólar fica alto, tudo que produzimos aqui e vendemos no exterior aumenta de preço, pois o produtor prefere vender pro exterior e em dólar, então carne, frango, carne de porco, açúcar, café, óleo de soja aumentam”, diz o especialista.
Wallace coloca que um segundo aspecto é que, em alguns estados, uma parcela da população usa termoelétrica pra gerar energia, e essa tecnologia funciona a diesel, e desta maneira o preço do dólar afeta a vida da população.
“As falas do Haddad na TV não tem peso pra mudar o preço do dólar de maneira ampla, alguns ruídos são normais mas não chega a ter grande impacto. As expectativas de juros nos EUA e uma escalada dos conflitos no Oriente Médio, que tem potencial de impactar o preço do barril de petróleo, são hipóteses mais plausíveis de terem sido responsáveis pelo aumento da moeda americana”, diz o economista.
As tensões Oriente Médio a que Wallace se refere são últimos ataques entre Israel e Irã. Segundo o governo iraniano, um ataque aéreo no dia 1º de abril contra um prédio do consulado do Irã na capital da Síria matou comandantes do seu exército, o que o país considerou uma violação à sua soberania e contra atacou Israel, lançando mísseis no dia 13 de abril. Além do conflito Israel e palestina em Gaza e na Cisjordânia.
Outro fator externo é a expectativa de juros da economia americana, o presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), Jerome Powell, disse nesta terça-feira que os números da inflação americana não permitem que o FED, que é como o nosso Banco Central, comece a cortar os juros.
A teoria é de que taxas altas em economias de países avançados fazem com que os investidores deixem de investir em países emergentes, que é o caso brasileiro.
A fala de Haddad a qual Wallace e outros economistas se referem é sobre o reajuste da meta fiscal para 2025, a equipe econômica do governo trabalhava com déficit zero em 2024, um superávit primário de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e um superávit de 1% do PIB em 2026. O governo trabalha com uma margem de tolerância de 0,25% pra mais ou para menos nas metas.
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Mas o texto da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) de 2025 mantém a meta zero, como foi feita em 2024, reajusta a meta de 2026 para um superávit de 0,25% do PIB, 0,5% em 2027 e 1% em 2028. Ainda com uma margem de tolerância de 0,25% pra mais ou para menos nas metas. A meta de superávit primário só ocorreria em 2026.
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