Após quase 10 anos, na última quarta-feira (06), a Justiça do Rio de Janeiro condenou o policial militar Alessandro Marcelino de Souza por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) pelo assassinato de Jonathan de Oliveira Lima, de 19 anos, morto com um tiro nas costas, na comunidade de Manguinhos, na Zona Norte do Rio, em 2014.
O crime será julgado pelo Tribunal Militar, que decidirá a pena do policial. Bastante abalada, a mãe do jovem, Ana Paula de Oliveira Lima, contou em entrevista para imprensa como está se sentindo.
“Essa é a resposta que a sociedade dá pra mim?”, questionou Ana Paula Oliveira, a mãe de Jonhatha. “A sociedade compactua com policiais assassinos. A culpa é da sociedade de os PMs continuarem matando nossos filhos. Ele já foi réu por outros homicídios. E eu aqui com a dor de ter meu filho assassinado com um tiro nas costas. Essa luta não pode ser só minha. Acabaram com a minha vida e da minha família.”
O júri começou na tarde de terça-feira (5). Nove testemunhas foram ouvidas, sendo cinco de acusação e quatro de defesa.
Alessandro Marcelino de Souza já havia sido preso por um triplo homicídio em 2013, em Queimados, na Baixada Fluminense. O PM, no entanto, foi solto e voltou a trabalhar nas ruas. Um ano depois, ele deu o tiro que atingiu e matou Johnatha.
No primeiro depoimento em delegacia, o agente negou que houvesse feito qualquer disparo de arma de fogo, e só mudou a versão quando o resultado foi positivo para a arma que portava.
A família do jovem nega qualquer envolvimento dele com atividades criminosas, e afirma que o rapaz tinha saído de casa para entregar uma sobremesa para avó e sua tia quando, na volta, se deparou com uma manifestação de moradores contra o abuso de autoridade policial.
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