No último domingo (25), o Fundo Monetário Internacional (FMI) orientou que o presidente argentino Javier Milei proteja os setores sociais mais pobres do país, enquanto seu governo avança com reformas econômicas que buscam reduzir o déficit fiscal a zero. De acordo com um relatório do Observatório da Dívida Social Argentina, a pobreza atinge 57,4% da população.
“As medidas concretas adotadas para cumprir com a âncora fiscal devem ser calibradas para garantir que a assistência social continue sendo prestada e que o peso não recaia totalmente sobre os grupos mais pobres”, declarou a subdiretora do FMI, Gita Gopinath, em uma entrevista ao jornal La Nación.
A pobreza na Argentina, que representava 49,5% da população em dezembro de 2023, subiu após as medidas econômicas de Milei, em janeiro deste ano, atingindo 27 milhões de argentinos. Este é o nível mais alto dos últimos 20 anos.
No ultimo sábado (24), o presidente argentino participou de um evento em Washington, e durante seu discurso criticou a ideia de justiça social, que classificou como uma “aberração”. As falas ocorreram após o ex-presidente estadunidense Donald Trump também realizar seu discurso na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC). Milei afirmou que a “justiça social é violenta e injusta, uma aberração“.
“Não apoiem a regulação, não apoiem a ideia de falhas de mercado, não permitam o avanço da agenda assassina do aborto e não se deixem levar pelo canto da sereia da justiça social”, declarou o presidente argentino.
Em dois meses e meio de gestão, o governo do atual presidente da Argentina sofreu uma desvalorização de 50% da moeda. O Fundo Monetário Internacional, também fala sobre as taxas de pobreza infantil de mais de 55%, e classificou como “extremamente preocupante”.
”É o futuro do país. É importante garantir que essa porcentagem diminua muito e poder investir mais em educação”.
Leia também: Milei aumenta salário mínimo em 30% na Argentina, mas inflação é de 250% e sindicatos pediam ajuste