O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou o sigilo da gravação de uma reunião ministerial, realizada em julho de 2022, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi tomada nesta sexta-feira (09) e, no encontro, ele aparece dizendo que era necessário agir antes das eleições para que o país não virasse “uma grande guerrilha”.
“Hoje me reuni com o pessoal do WhatsApp, e outras também mídias do Brasil. Conversei com eles. Tem acordo ou não tem com o TSE? Se tem acordo, que acordo é esse que tá passando por cima da Constituição? Eu vou entrar em campo usando o meu exército, meus 23 ministros”, diz Bolsonaro na transcrição do vídeo feita pela Polícia Federal.
Segundo o despacho do ministro Alexandre de Moraes, a liberação se deu após inúmeras publicações jornalísticas com a divulgação parcial e editada de trechos da reunião.
O vídeo foi apreendido na casa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e ajudou a embasar a operação da PF de ontem, que investiga a organização criminosa que tentou um golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Em um trecho do vídeo, Bolsonaro diz, sem provas, que haveria um acordo secreto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que “estaria passando por cima da Constituição”.
O ex-presidente e seus ministros são investigados sobre a tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (PET 12.100). Segundo a PF, a reunião de 1 hora e 33 minutos teve como objetivo reforçar os ataques ao sistema eleitoral brasileiro e cobrar os presentes por uma conduta ativa na difusão de informações inverídicas.
A investigação afirma que Bolsonaro exigiu que seus ministros deveriam promover e replicar todas as informações que questionavam as urnas eletrônicas.
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