Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), depois de passar pela maior seca dos últimos 121 anos, o Rio Negro voltou a subir, atingindo 21,46 metros nesta terça-feira (06). O período de estiagem provocou mudanças significativas no estado do Amazonas, incluindo o isolamento de comunidades e o fechamento de escolas na área rural de Manaus.
Mesmo com o aumento do nível do Rio Negro e de outros rios do Amazonas, a situação no estado ainda não estabilizou completamente. Segundo os dados da Defesa Civil Estadual, os 62 municípios continuam em situação de emergência, devido à seca.
No Lago do Puraquequara, na Zona Leste da capital, os visitantes estão voltando a frequentar os estabelecimentos flutuantes. Porém, a vegetação que cresceu durante a seca agora cobre as águas, formando uma camada de capim que dificulta o acesso.
Segundo a pesquisadora de geociências do SGB, Jussara Cury, após a vazante severa que atingiu o estado, os níveis dos rios ficaram baixos e precisam de tempo para se recuperar, mas ainda estão sendo impactados pela escassez de chuvas durante o El Niño.
“O fenômeno afeta no acumulado de chuvas, que está abaixo do normal para o período. No momento Tabatinga, no Alto Solimões, está apresentando oscilações e até descidas. O mesmo ocorre na parte norte da bacia, como Alto Rio Negro e rio Branco, em Roraima, que estão em recessão e no caso de Boa Vista [capital de Roraima] com níveis baixos para o período”, disse ela para o g1.
Em outubro do ano passado, o Rio Negro atingiu a marca de 13,59 metros, sendo considerada a pior da história. Os dados são do Porto de Manaus.
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