Na noite desta segunda-feira (29), o cantor Rodriguinho desabafou sobre um comentário da participante Fernanda no Big Brother Brasil 24. Em conversa com Mc Bin Laden e Lucas Henrique, o cantor admitiu que ficou incomodado quando a sister que disse que ele “não tem cara de rico”. O Notícia Preta conversou com a psicóloga e terapeuta Letícia Alvarenga, que afirma que os estereótipos são impostos desde muito cedo.
“A função do estereótipo nesse tipo de situação é justamente essa, desde muito jovens somos bombardeados com estereótipos que tem a finalidade de demarcar locais sociais. Como o branco foi sempre associado a riqueza através das mais diversas formas de mídia e propagação de discurso , essa imagem fica internalizada e causa estranhamento quando enxergam uma pessoa não branca neste lugar”, explica.
Rodriguinho conta para os participantes a reação de Fernanda quando viu o MC Bin de óculos. “A hora que você entrou no quarto, a Fê falou para você: ‘Nossa, você está com esses óculos, está com cara de rico’. Lembra? Aí você falou: ‘Eu não tenho cara de rico, rico é o Rodriguinho’”, detalha o artista. “Aí ela mandou: ‘Mas o Rodriguinho não tem cara de rico, ele é rico’. E se eu levo isso em consideração? Fala pra mim?”, questiona ele.
Letícia explica que para a sociedade, o valor é baseado na raça, e que tudo é ligado a cultura negra, é associado a algo ruim. “O negro e tudo o que é ligado à cultura e ancestralidade negra, é associado ao ruim, ao feio , ao negativo. Já diziam os Racionais: “ Me ver pobre, preso ou morto já é cultural” por outro lado o branco e tudo que vem dele é considerado NORMA, além de associarem a bondade, pureza, confiança”, relata.
Dentro da casa, o cantor explicou o motivo de não ter repreendido a fala de Fernanda imediatamente. “Eu pensei: ‘Não vou falar, porque eu vou entrar num bagulho que eu não quero entrar’. Mas é uma parada que, se você leva tudo para o coração, acabou”. “E eu não tenho cara de rico, não”, opinou MC Bin Laden. “Isso não existe, isso é um estereótipo”, respondeu Lucas.
A psicóloga fala sobre a importância de debatermos assuntos relacionados a questão social e racial, nesses espaços.
“É justamente para que a população negra não fique em um lugar de resignação acreditando que existe uma linha social ao qual não nos é permitida ultrapassar por conta de quem somos e questionem essas imposições e para pessoas brancas que não estão habituadas a serem racializadas”, pontua.
Leia também: “A gente era uma equipe”: mãe de Davi desabafa sobre perseguição ao filho no BBB 24