A Defesa Civil Nacional divulgou que 41 cidades paraenses estão em estado de emergência, em decorrência da falta de chuvas e da constante seca. Inclusive, o município que teve o reconhecimento mais recente, na última terça (23), foi Soure, cidade de 24 mil habitantes, situada na ilha do Marajó.
Segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, os municípios em situação de emergência precisam solicitar recursos federais para o atendimento à população. Além disso, as ações envolvem socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços indispensáveis.
Com base no último Monitoramento de Secas, o Estado do Pará foi um dos três estados brasileiros que tiveram uma certa diminuição da área com seca. Contudo, este Estado ainda continua sendo a segunda unidade da federação em área total com secas no último mês, ficando atrás apenas do Amazonas. Aliás, a seca acabou se intensificando no Pará, considerada uma “seca grave” em 1% do território.
Em novembro do ano passado, a Secretaria de Segurança Pública e a Defesa Social do Pará realizaram algumas ações para abastecer aproximadamente 35 aldeias de 8 comunidades indígenas no oeste do estado que enfrentavam falta de alimentos e de água devido à seca.
As localidades que se encontram em estado de alerta, como Gurupá, Santa Luzia do Pará, Tucuruí, Prainha e São Sebastião da Boa Vista receberam recentemente suporte do Governo Federal. Além disso, quatro cidades paraenses estão em análise para o reconhecimento de estado de emergência: Breu Branco, Altamira, Curralinho e Muaná.
Vale ressaltar que, para terem a situação de emergência identificada pela Defesa Civil Nacional, os municípios devem oficializar o pedido no sistema do órgão, disponibilizando o máximo de informações e documentando a situação.
As ondas de calor e a constante seca no Pará são resultado da baixa ocorrência de chuvas nos últimos meses e dos impactos da estiagem. Na verdade, desde maio do ano passado, o estado vem mostrando índices de chuvas abaixo da média.
De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a situação foi agravada pelo inverno mais quente provocado pelo El Nino. Fenômeno climático que ocorre quando há um aumento extremo da temperatura superficial do oceano Pacífico, na altura da linha do Equador, alterando a evaporação da água e a circulação dos ventos, assim, ocasionando um efeito em cadeia no clima e causando impactos globais.
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