De acordo com um estudo publicado por 12 pesquisadores de universidades e instituições brasileiras e portuguesas, como a Universidade de Lisboa e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Brasil, o calor matou mais pessoas que os deslizamentos de terra. A publicação foi feita na última quarta-feira (24), no periódico científico Plos One.
Foram analisadas 14 áreas metropolitanas mais populosas do país, em todas as regiões, onde vivem 74 milhões de brasileiros, cerca de 35% da população nacional. Os dados de cidades como Manaus e Belém, Fortaleza e Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis, e as regiões metropolitanas de Goiânia e Cuiabá, foram analisados.
Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e o Distrito Federal também foram analisados pela pesquisa, que também revelou o perfil das vítimas do calor extremo: primeiros os idosos, e depois as mulheres, além de pessoas pardas, pretas e menos escolarizadas.
O estudo, que verificou as mortes durante as ondas extremas de calor no Brasil, revela que em torno de 48 mil brasileiros acabaram morrendo por consequência de ondas de calor, entre 2000 e 2018. Os motivos das mortes foram: problemas circulatórios, doenças respiratórias e condições crônicas agravadas pela alta temperatura.
A comparação das mortes pelo calor, com as mortes por deslizamento foi feita com base em um estudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de 2023, que afirma que de 1988 a 2022, foram registradas cerca de 4,1 mil mortes de brasileiros por deslizamentos, em 269 municípios de 16 Estados.
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