A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a agressão contra três mulheres, duas delas transsexuais, na madrugada da última sexta-feira (19). Elas alegam que foram agredidas fisicamente e ofendidas verbalmente na saída de um show de samba no Casarão do Firmino, no Centro do Rio, por mais de 20 homens.
Neste domingo (21) a modelo e designer de moda Zuri usou sua conta do Instagram para desabafar sobre o caso. “Estamos com nossos corpos cheios de hematomas e eu, com meu nariz ainda quebrado aguardando uma cirurgia e o estabelecimento sequer publicou uma nota sobre o ocorrido, tudo continua acontecendo normalmente como se eu e minhas irmãs não tivéssemos quase morrido na frente desse lugar”.
Ela conta que foi espancada por um grupo de homens, sendo eles, seguranças, ambulantes e um motorista de aplicativo.
“Após me retirar agressivamente do samba iniciaram uma agressão verbal com falas transfóbicas como: “pode bater que é tudo homem”, “nela (minha irmã sis) eu não bato mas em vocês dois eu meto a porrada”, “eu pensava que era mulher, senão já tinha batido antes”, nos jogaram no chão e nos chutaram por todo o corpo, cabeça e rosto“.
A jovem conta que foi ajudada por duas pessoas que tentaram intervir na agressão, eles pediram um táxi e quando entraram foram surpreendidos por mais agressão. “Os seguranças do casarão fizeram uma barreira humana na rua e impediram de o táxi sair, falaram que a gente não iria sair dali, eu peço do taxista que fechasse pelo menos a janela do carro para que pudéssemos ficar um tempo sem apanhar mas um deles vem ao carro e tira a chave da ignição antes mesmo que ele possa subir os vidros”, escreveu ela.
Uma delas ficou desacordada e precisou ser carregada. Ela também conta que várias mulheres ficaram gritando nos defendendo.
“Esse momento eles tiram o taxista de dentro do carro a força e voltam a nos agredir dentro do carro, falam para gente descer e sair andando de lá em matéria uma testemunha diz que a ideia era nos bater mais em uma rua sem câmeras, que eles queriam nos matar começo a dizer que parem, que estamos muito machucadas e um deles abre a porta de onde estou e da um pisão em meu rosto que estourou meu supercílio e quebrou meu nariz e me jogou no chão“, afirmou.
O Casarão do Firmino emitiu uma nota de esclarecimento no Instagram, dizendo que lamentam os fatos ocorridos. “A casa se sensibiliza com o relato das vítimas, e garante não tolerar qualquer tipo de violência, principalmente atos que possam ser decorrentes de discriminação“, afirma o espaço que também diz garantir a segurança e o bem-estar dos frequentadores são sempre prioridade.
O espaço também afirma se compromete a treinar seus colaboradores para garantir o respeito às diversidades, e que estão abertos para a resolução do caso.
“Estamos à disposição das mulheres envolvidas no caso para acolhimento, apoio e apuração dos fatos, assim como das autoridades competentes para o esclarecimento da lamentável ocorrência“.
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