O CineClube Bamako lança mais um ciclo de formação antirracista em audiovisual para educadores/as que atuam no ensino formal e em territórios tradicionais, quilombolas e indígenas, abordando discussões sobre a legislação para a educação e relações étnico-raciais. O projeto Kilombeduka, que conta com apoio do Fundo Baobá, vai contemplar a cidade de Mirandiba, no sertão de Pernambuco. As inscrições são gratuitas e seguem abertas até o dia 02 de fevereiro.
O terceiro e último ciclo de aulas do projeto acontecerá no Centro Cultural Zumbi dos Palmares, uma organização civil sem fins lucrativos que luta contra o racismo por meio da cultura. O curso será ministrado por profissionais com reconhecida atuação no campo do cineclubismo e do audiovisual negro, que vão apresentar conceitos fundamentais para a reflexão sobre identidades raciais na produção de sons e imagens.
Os/as participantes serão provocados a refletir sobre as perspectivas política e pedagógica do cineclubismo, além de ter acesso a técnicas básicas de fotografia, edição, direção, som e roteiro. As aulas acontecem nos formatos virtual e presencial e a metodologia inclui sessões cineclubistas, vídeo-aulas, textos, além de mentorias virtuais para orientação dos projetos pedagógicos que serão elaborados pelos participantes como trabalhos de conclusão.
“O curso oferece uma formação para uma educação antirracista com intenção de propor melhor efetivação das leis; formação técnica e conceitual sobre audiovisual para conhecimento da linguagem, uso pedagógico e uso como instrumento para garantia de direitos na luta quilombola; e troca de saberes e experiências entre educadoras/es, comunidade e quilombolas”, explica a coordenadora pedagógica e educadora, Rayza Oliveira.
O projeto visa ainda capacitar os/as participantes de forma a transformar suas práticas pedagógicas, fortalecer lideranças quilombolas e promover ações concretas para a efetivação da legislação relacionada à valorização da cultura afro-brasileira e à educação escolar quilombola, assim como da implementação de conteúdos audiovisuais nas escolas.
Entre as leis que o projeto baseia sua atuação estão: a Lei 13.006/2014, que institui o ensino de cinema brasileiro na Educação Básica; a Lei 10.639/2003, que estabelece o ensino da História e Cultura Afro-brasileira; e a Resolução CNE/CEB nº 16/2012, que direciona a Educação Escolar Quilombola.
Realizado pelo Cineclube Bamako, entidade, que, há 11 anos, atua em prol da democratização do acesso aos cinemas negros em Pernambuco e outros estados, o Kilombeduka foi dividido em três ciclos formativos, iniciados no mês de Julho de 2023 e que seguem até abril de 2024 . A primeira parada do projeto foi no Centro Cultural Bongar, em Olinda, Região Metropolitana do Recife. O último ciclo formativo será realizado no município de Mirandiba, no Sertão.
Sobre o Cineclube Bamako
O Cineclube Bamako atua com a finalidade de estudar, apreciar e difundir o audiovisual negro, privilegiando os cinemas africanos e de sua diáspora; a cultura negra, por meio de debates e apresentações culturais; e o ensino da história e cultura afro-brasileira, através de ações voltadas à educação. Promovemos, assim, um espaço que traz o cinema como ponto de encontro e de partida para a reflexão e valorização das culturas afrodescendentes, em ações que prezam pelo impacto e transformação social, como sessões cineclubistas (práticas formativas), oficinas de formação de cineclube, oficinas de formação para educação antirracista e produções audiovisuais.
SERVIÇO
Inscrições Kilombeduka
De 15/01 a 02/02
Resultado da seleção: 12/02
Período da Formação:
FEVEREIRO: 17 e 24/02 (aulas presenciais)
MARÇO: Oito encontros virtuais (dois por semana)
ABRIL: Mentoria online sobre os projetos que serão desenvolvidos na formação (2h por semana) – terças e/ou quintas às 19h
Local: Centro Cultural Zumbi dos Palmares (Rua Aníbal Cantarelli, nº 77, Centro, CEP: 56980-000, Mirandiba-PE)
Link de inscrição: https://forms.gle/Li6HbrLwUyJy5dWi8
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