Nesta segunda-feira (13) durante um episódio do podcast “Só se for agora”, apresentado pelo presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) Jorge Perlingeiro, um dos carnavalescos da Portela, Antônio Gonzaga, foi questionado pelo apresentador sobre sua identidade racial.
“Você é negro, preto? Precisamos dar uma tinta em você, que você está muito clarinho”, disse Jorge Perlingeiro após Antônio sinalizar que ele e André Rodrigues são dois carnavalescos negros trabalhando juntos pela primeira vez.
Em seguida, o presidente da Liese pergunta: “Sua mãe é negra? E o seu pai?“. Em seguida Gonzaga respode que sua mãe é negra, mas seu pai é branco, e depois, Perlingeiro fala: “Logo vi. Você não está com essa negritude toda”.
Após a repercussão da fala de Perlingeiro, a Portela emitiu uma nota nas redes sociais nesta terça-feira (14), prestando apoio aos carnavalescos. “O G.R.E.S. Portela é uma instituição fundada por pretos, pobres e suburbanos há mais de cem anos. Temos como princípio a luta contra o preconceito de qualquer espécie, bem como o apoio incondicional à diversidade”, diz o início do comunicado.
A escola de samba carioca que traz em 2024 o enredo ‘Um Defeito de Cor’, continua a nota dizendo:
“Reafirmando nesta noite este compromisso histórico, a diretoria da Portela, com a certeza de estar reverberando as vozes de nossos componentes e torcedores, presta solidariedade aos carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues, assim como a todos que participaram do Podcast “Só se for agora”.
A Portela vai falar sobre o romance baseado da escritora Ana Maria Gonçalves, e vai refazer os caminhos imaginados da história da mãe Preta, Luíza Mahim.
O Notícia Preta entrou em contato com a Liesa, para sbaer do posicionamento da instituição, mas até o fechamento da matéria, não obteve resposta. A Liesa também não se manifestou publicamente nas redes sociais, até o fechamento da matéria.
Na parte da noite, o presidente se manifestou nas redes sociais, afirmando que há 55 anos é comunicador e sambista e que para ele a cor “não importa, e sim o relacionamento e a importância” e que se atingiu alguém se solidariza com isso, e que o momento que a situação aconteceu não deve ser ligado à Liesa, pois estava em um trabalho pessoal.
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