“Pulando que nem macaco”: entregador denuncia racismo em São Paulo

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O entregador de aplicativo Renato da Silva fez uma denúncia de racismo, nesta terça-feira (17), no bairro de Pinheiros, em São Paulo. De acordo com o relato do entregador às autoridades, on caso aconteceu quando, enquanto fazia uma entrega, quando ouviu um homem fazer comentários de cunho racista com um grupo de amigos.

Preto pode ter tudo, até smartphone, que vai continuar pulando que nem macaco e depois vai se vitimizar como preto na internet“, disse o homem, segundo o entregador, que decidiu falar com ele sobre o que foi dito. Mas a situação se desenvolveu para uma discussão, até que a polícia foi chamada. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso foi registrado no 14º DP como como suspeita de racismo.

Ele não quis me ouvir. Tentou me agredir, me desferiu várias palavras de baixo calão e me mandou montar na bicicleta e ir trabalhar, porque eu só estaria querendo chamar atenção“, conta Renato, que não conhecia o homem, identificado como Frederico Bischof. Durante a confusão, outros entregadores chegaram e tentaram agredir o homem.

Na delegacia, o empresário negou que tenha dito a frase ouvida pelo entregador, e afirmou que Renato teria incitado os demais motociclistas a partir para a agressão física. O entregador afirma que tentou separar os amigos do empresário.

O caso também foi denunciado pela arquiteta e apresentadora do GNT Stephanie Ribeiro, em sua conta do Instagram. Ela passava no local no momento que o caso ocorria, e acompanhou Renato até a delegacia.

Segundo o relato da arquiteta, oa entregadores que chegaram ao local se solidarizaram e protestaram contra o homem gritando “racismo”. Veja abaixo o registro de parte do ocorrido:

“Os gritos de racista podiam ser ouvidos do outro lado da rua. Vários entregadores se uniram pra defender a vítima que gritava racismo. O homem alega que não foi racismo pois têm familiares negros. A polícia foi chamada pra confusão e não pelo crime de racismo”, postou Stephanie na legenda do vídeo.

Em outro vídeo a arquiteta conta que passava pelo local e viu a confusão, parou para olhar a abordagem policial e que o entregador pediu que as pessoas testemunhassem os fatos. Algumas mulheres que estavam no local, foram como testemunha do trabalhador até a delegacia.

Em um segundo vídeo postado por Stephanie, o entregador agradeceu o apoio das pessoas que se solidarizaram. “Muito obrigado pela ajuda, eu não sei o que seria de mim sem vocês, nunca esquecerei seu rosto moça, serei eternamente grato, obrigado”, disse Renato.

Leia mais aqui: “Queria fazer naquela hora”, diz entregador sobre dificuldade em registrar denúncia de racismo

Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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