A versão francesa do livro ‘Pacto da Branquitude’ chegou em Bruxelas, nesta semana. Cida Bento, escritora, psicóloga e conselheira do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) é a autora do importante estudo sobre a branquitude no Brasil, e atualmente está em turnê com a obra, pela França e Bélgica.
Lançado no Brasil em março de 2022, a nova versão do livro é lançada pela editora Anacaona e traz o título ‘Le pacte de la blanchité’. No livro, Cida Bento reflete sobre a concepção universal que ainda permeia a sociedade e confere aos brancos vantagens concretas e simbólicas. Tais privilégios resultam em um acordo de autopreservação, muitas vezes inconsciente, que une os brancos na defesa de seus interesses e concede menos chances e oportunidades às pessoas negras, à medida que elas se afastam mais do ideal de branquitude.
“Quando comecei a trabalhar com esse tema no movimento sindical, eu perguntava aos trabalhadores: ‘o que é ser branco no Brasil? O que é ser negro no Brasil?’. E pessoas negras sempre tinham uma história para dizer o que é ser negro. E os brancos diziam: ‘É ser um ser humano como outro qualquer’. Então era possível perceber que o branco se via como o ser humano universal”, destaca Cida.
Sobre Cida Bento
Doutora em psicologia e co-fundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), foi uma das pioneiras dos estudos sobre a branquitude no Brasil. Ela é hoje referência neste campo e no das ações afirmativas, e foi eleita em 2015 uma das 50 pessoas mais influentes do mundo no campo da diversidade pelo The Economist.
