Com 16 mortos, até o momento, a Chacina do Guarujá já é considerada a terceira ação policial mais letal da história do estado de São Paulo. Desde de que ação começou na Baixada Santista na última sexta-feira (28), o número de mortos só aumenta, com a última atualização divulgada nesta quarta-feira (02), pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).
A Chacina do Guarujá fica atrás do ‘Massacre do Carandiru’, quando 77 detentos foram mortos pela PM, em 1992, e dos ‘Crimes de Maio’, quando a polícia paulista matou 108 pessoas, em 2006. Também nesta quarta-feira (02) a Defensoria Pública de São Paulo oficiou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do estado, solicitando que os policiais militares envolvidos nas mortes no Guarujá, sejam afastados temporariamente.
Desde que começou, moradores da região relatam atitudes violentas dos PMs, invasão de residências e torturas. As denúncias estão sendo acompanhadas pela Comissão de Direitos Humanos da Alesp (Assembleia de São Paulo) e pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP.
A Defensoria também pediu que a operação seja interrompida imediatamente, e que os agentes da Polícia Militar (PM) usem as câmeras corporais nos uniformes. Apesar dos Batalhões da Baixada Santista terem as câmeras corporais a disposição, não são disponibilizadas câmeras suficientes, e nem todos os agentes usam, e isso se reflete na apuração dos fatos.
Apenas um boletim de ocorrência feito sobre as mortes na região, apenas um contém o registro do uso do equipamento por quatro agentes envolvidos. A Defensoria já solicitou as imagens e também a preservação das provas da ação que começou em resposta a morte de um policial.
Apesar das denúncias de abuso policial e o alto número de mortos, em uma coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira (31) ao lado do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, o governador do estado Tarcísio de Freitas, negou que a situação está acontecendo, chamando as denúncias de as denúncias de “narrativas”, e nega que tenham acontecido.
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