Muito mais do que um jornal, o Notícia Preta é um espaço de informação e educação antirracista. Justamente por entender que a Comunicação também é uma ferramenta educacional, o NP sempre teve, desde a sua fundação em novembro de 2018, formações diversas para seus colaboradores, mas sempre com um recorte racial.
Nesses quase cinco anos de existência, e resistência, mais de 60 pessoas, das cinco regiões do Brasil passaram pelo NP. Elas são jornalistas, comunicadores, mas a maioria é formada por estudantes. Todos eles tiveram acesso a uma formação direcionada ao desenvolvimento de uma comunicação antirracista, e como colocar em prática. Essas formações foram as sementes do que hoje é a Escola de Comunicação Antirracista do NP.
Esses colaboradores, de diferentes Estados do país, tiveram oficinas de Marketing de Influência, Assessoria de Imprensa, Rádio, Checagem de Dados, Direitos Humanos, Comunicação Antirracista, e muitas outras. Todas para ajudá-los a desenvolver um jornalismo consciente e feito por profissionais e estudante negros, olhando para as demandas da população negra e periférica.
Um desses comunicadores é o colaborador Mario Jorge, de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. O jornalista foi colaboradora do portal em 2022, e participou de uma das turmas com o acesso às oficinas oferecidas pelo portal. Na época, Mario falou sobre a experiência de fazer parte do time do NP.
“Está sendo uma experiência transformadora e fantástica. Fazer parte dessa equipe comprometida com a comunicação que a gente acredita, de um jornalismo antirracista“, disse.
Além dele, a colaboradora Victoria Henrique, do Rio de Janeiro, foi colaboradora do Notícia Preta em e atualmente é uma das repórteres da TV Globo, no Rio. Sobre a experiência de ter feito parte do NP, Victoria não poupa elogios.
“Foi um divisor de águas na minha vida, eu costumo dizer, porque ali eu conheci pessoas incríveis e eu aprendi o que é importante para nós, como jornalistas, realizarmos o recorte racial na notícia“.
Já Guilherme Muniz, de São Paulo, foi colaborador do NP em 2022, e este ano, continua fazendo parte do jornal como parte da equipe. Na época em que fazia parte das oficinas, Guilherme falou que tinha muito “orgulho e felicidade” em fazer parte do time e ter a possibilidade de colaborar com o NP.
Assim como eles, mais de 80 pessoas – negras e periféricas – já passaram por essa formação desde que o jornal foi criado. Agora, com a Escola de Comunicação Antirracista, mais comunicadores pelo Brasil terão a mesma chance de se profissionalizar, a partir deste mês.
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