Pioneira no teatro, cinema e televisão brasileiros, a atriz carioca Ruth de Souza fez história nas artes. Foi a primeira artista negra a conquistar projeção na dramaturgia nacional, ajudando a abrir caminho para outros intérpretes. Em celebração ao seu legado, o Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria do Audiovisual (SAV), lançou o Edital Ruth de Souza de Audiovisual.
Com investimento de R$ 20 milhões, serão selecionados 10 longas-metragens dirigidos por mulheres cis ou transgênero estreantes – R$ 2 milhões para cada proposta escolhida. O prazo para preenchimento do formulário eletrônico e carregamento no Sistema Mapas Cultura se encerra às 18 horas de 14 de julho de 2023.
“Ruth de Souza é uma protagonista do nosso campo artístico, que merece ser amplamente reverenciada. Ela integrou o elenco do espetáculo ‘O Imperador Jones’, primeira produção com artistas negros e negras a ocupar o palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1945. Também foi a primeira artista negra brasileira a ser indicada a uma premiação internacional, no Festival de Veneza, em 1954, por sua atuação no filme ‘Sinhá Moça’. A partir da nossa homenageada, várias sementes foram plantadas. Sementes que queremos ajudar a brotar”, afirma Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual do MinC.
Os projetos inscritos deverão ser de ficção, com temática livre, apresentados por meio de produtoras brasileiras independentes. O destino inicial é o mercado de salas de exibição. Para garantir a transversalidade e a descentralização, serão escolhidas duas obras cinematográficas em cada região do País (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste), sendo, ao menos, três com direção de mulheres negras, e duas de mulheres indígenas.
“O edital Ruth de Souza garante a descentralização e a ampliação do alcance territorial das ações da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. Além disso, incluímos um dispositivo de cota com o objetivo de premiarmos, pelo menos, cinco projetos de diretoras negras e indígenas, dando um passo importante para a implementação de ações afirmativas em nossas chamadas públicas”, salienta Joelma.
A cineasta e produtora mineira Mariana Starling chama a atenção para a importância do edital ser voltado a mulheres “que ainda batalham para entrar no mercado de trabalho com as mesmas condições do homem”. E ressalta o fato dele também contemplar negras e indígenas. “Se as mulheres precisam se empenhar para ingressar em um mercado de trabalho ainda dominado por homens, em sua maioria brancos, as negras e indígenas necessitam lutar mais. Precisamos de diversidade cultural, novos pontos de vista e olhares femininos para ampliar a arte e a cultura brasileira”, conclui.
Edital Ruth de Souza de Audiovisual
Inscrições: até 14 de julho, às 18h
Acesse: Edital Ruth de Souza
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