No Brasil, 21,2% das mulheres negras ocupadas, em idade entre 16 e 59 anos, não conseguem contribuir para a Previdência. Os dados relativos ao ano de 2022, são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quinta-feira (15), na plataforma Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça.
As informações mostram que a porcentagem da dificuldade em contribuir para a Previdência entre homens brancos é bem menor: 6,8%. Segundo o órgão, a situação piorou para as mulheres negras entre 2016 e 2022, quando neste primeiro anos, 19,2% estavam desprotegidas pela Previdência.
“Em 2022, apenas 63% da população total com idade para trabalhar participava ativamente da força de trabalho. Negros e negras são, entretanto, mais suscetíveis à subutilização. Comparados aos brancos, eles têm menos chances de encontrar emprego, de trabalhar mais horas e de ter oportunidades de crescimento profissional”, afirma o Ipea.
Mas o grupo não foi o único a apresentar pioras. De 2019 até 2022, a população em geral sofreu com a dificuldade de contribuir com o sistema previdenciário. Era 11,1% em 2016, e saltou para 13,3% em 2022.
Mas além disso, o painel também aborda dados gerais sobre a presença das mulheres negras no mercado de trabalho. 52% das mulheres negras, em 2022, estava no mercado de trabalho remunerado, mas no geral, as mulheres dedicam muito mais tempo a tarefas domésticas e de cuidado não remuneradas. São 10 horas a mais, em média.
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