Duas jovens Yanomamis, uma adolescente de 17 anos e outra jovem de 19 foram resgatadas pela Polícia Federal (PF) de situação de exploração sexual em garimpos de Roraima e revelaram que eram obrigadas a fazer programas mesmo quando estavam menstruadas.
Ainda segundo elas, a rotina era semelhante à de escravização, não sendo permitido a elas deixarem o cabaré em razão de dívidas que incluem comida, estadia e até preservativos. Elas relataram também que eram orientadas a usar um tampão no período menstrual para que os clientes não percebessem.
Na última semana, a PF também resgatou uma adolescente de 15 anos que foi levada para ser prostituída e, segundo ela, ficou 30 dais no local e chegou a fazer 16 programas por dia. Já as duas resgatadas no último domingo (10) disseram que viram um anúncio nas redes sociais, com a promessa de pagamntos em ouro.
“Elas viviam em condições bastante precárias. Eram obrigadas, inclusive, a fazer programa no período em que estavam menstruadas. Eram obrigadas a até colocar um tampão para esconder a menstruação, e também eram impedidas de sair enquanto não quitassem a dívida, que só aumentava. Então era, assim, quase uma situação de escravidão o que elas viviam lá”, detalha o delegado da PF, Marco Bontempo, à Rede Amazônica.
Segundo a PF, elas foram encontradas em um barco que deixava o território Yanomami, e foi abordado próximo à região de Walopali, onde ocorre intensa fiscalização contra garimpeiros. elas foram levadas à sede da Polícia Federal em Boa Vista.
“Nos cabarés tem alguns alojamentos onde elas ficam com horário fixo de alimentação, se perder o horário, não come. Inclusive, a partir das 18 horas, todas tinham que estar prontas para iniciar o trabalho nesses cabarés, e lá elas tinham que trabalhar até o último cliente sair, eram obrigadas, inclusive, no período em que estavam menstruadas”, explica o delegado.
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Ainda segundo a PF, as três vítimas resgatadas não receberam nenhum tipo de pagamento, nem em dinheiro, nem em ouro, como havia sido prometido pelos aliciadores. A PF afirma ainda que os aliciadores usam as redes sociais para cooptar as vítimas que são levadas aos cabarés e tratadas como escravizadas.
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