Das vielas para os palcos, o espetáculo de dança “Vogue Funk” surge como uma expressão autêntica e poderosa do encontro entre a cultura funk e a cultura ballroom/vogue, unindo os “crias” e as “manas” para representar a potência que brota nas periferias.
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Inspirado na efervescência desses universos que se assemelham e se complementam, “Vogue Funk” estreia na quinta-feira (16), às 20h, no Teatro de Arena do Sesc Copacabana, e seguirá com apresentações de quinta a domingo, sempre às 20h, até o dia 26. O espetáculo faz parte da quarta edição de “O Corpo Negro – Festival de dança e protagonismo”. Os ingressos são gratuitos e serão distribuídos 30 minutos antes de cada apresentação.
Originando-se em contextos geográficos e cronológicos distintos, vogue e funk têm em comum a origem periférica e predominantemente preta, além de serem símbolos de resistência cultural, política e social, como destaca Rafael Fernandes, diretor artístico e idealizador do espetáculo.
“Ambas foram e ainda são marginalizadas, mas foi através da arte que encontraram uma forma de sobrevivência de diversas opressões, se tornando caldeirões efervescentes de produção artística e cultural. Elas representam a potência da cultura jovem e periférica colocadas em destaque, ocupando o seu devido lugar, que é o da Excelência”, ressalta.
“Vogue Funk” traz para o palco os elementos de ambos os universos, como DJs, MC/Chants, Bailes/Ball, batalhas, passinhos, vestimentas características, a atitude e coreografias, como destaca a diretora do espetáculo, Patyfudida.
“Organizamos uma série coreográfica, explorando gestos radicais que desafiam convenções, buscando reposicionar as relações históricas e culturais. Investimos em poses insubordinadas para elaborar resistências e nutrir repertórios de memórias, criando imagens que disputam novos significados e valores”, ressalta.
A presença desta obra, originada na periferia e realizada por artistas periféricos, ocupando espaço em Copacabana é um ato de afirmação e resistência; desafia as fronteiras sociais e culturais, convidando um público diverso a vivenciar e reconhecer a riqueza dessas narrativas que por muito tempo se viram à margem.
“Mais do que representatividade, estamos evidenciando a pluralidade dos nossos corpos e das nossas histórias. A prova de que enquanto artistas negros e periféricos somos multiplicidades de potências”, ela comemora este feito.
“Vogue Funk” reúne artistas que entregam excelência em suas respectivas expressões artísticas, como Mother Juju Ninja, líder de uma das maiores house Ballroom do mundo; André DB, que é referência mundial do passinho, atual vencedor do Red Bull Dance Internacional; Yure IDD, dj que coleciona parceria com artistas relevantes da cena, como Gloria Groove; e Kill Bill Balenciaga, uma das maiores referências do Vogue no Brasil.
“Isso para listar alguns. Cada performer neste elenco traz um universo único de conquistas para sua comunidade, fazendo do Vogue Funk uma produção que exalta cada individualidade para construir uma potência coletiva”, evidencia Patfudyda.
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Para além de um espetáculo, “Vogue Funk” torna-se um manifesto cultural que desafia as normas estabelecidas e abre caminho para uma narrativa revolucionária. “Estamos aqui dando uma chance para a sociedade testemunhar o quanto pode ser enriquecedor para cultura brasileira dar luz às margens e deixar que elas criem suas próprias histórias”, conclui a diretora.
“Vogue Funk” inaugura uma série de obras com produção assinada pela Quafá Produções, produtora periférica que atua há 13 anos na produção, gestão e captação de recursos de projetos culturais de cultura urbana e periférica. Além disso, a obra possui recursos oriundos do EDITAL DE CULTURA SESC RJ 2023/24.
SINOPSE:
Das vielas para os palcos, das batalhas nas ruas para os holofotes, dos fios emaranhados dos postes ao fio dental das gatas. É o asfalto riscado pelos crias descalços da favela contra as quedas das manas trans de salto nas balls. É baile funk ou vogue ball? É VOGUE FUNK! Potência-artística-periférica-em cena-elevada-ao-quadrado. É ao dobro ou dobra? É ele, ela ou elu? Não importa. É só respeitar as minas, as monas e os manos!
É o encontro de duas culturas e universos que se assemelham e que se complementam. É luta de classes, de gêneros, de espaço. É acolhimento, é artevismo, é política, é sobre vida, sobre(viver). É a favela e a periferia como o epicentro cultural do Brasil contemporâneo!
SERVIÇO:
Local: Teatro de Arena do Sesc Copacabana
Endereço: R. Domingos Ferreira, 160 – Copacabana, Rio de Janeiro – RJ, 22050-012
Datas: 16 a 26 de maio (de quinta a domingo)
Horários: Sempre às 20h
Ingressos: Gratuito (distribuídos 30 minutos antes de cada apresentação)
Duração: 60min.
Classificação etária Indicativa: 16 anos