A defensora pública aposentada Claudia Alvarim Barrozo foi flagrada em maio deste ano chamando Jonathas Souza Mendonça e Eduardo Peçanha Marques de “macaco”. Nesta semana, ela alegou que foram eles que a estimularam a proferir a fala racista. Todo o processo que já dura cinco meses tem sido de muito desalento para as vítimas porque a suspeita não cumpriu as decisões da justiça até o momento.
“A justiça ainda não foi feita porque ela não foi punida. Eu espero que seja né. Porque não é a primeira vez que ela é acusada por esse tipo de situação”, destacou Eduardo Peçanha Marques, em entrevista ao Notícia Preta. Eduardo fala “esse tipo de situação” porque Claudia Alvarim também já foi investigada por injúria racial em outros cinco casos desde 2014.
“Tiveram vários outros casos, e aliviado ainda não e sinto porque eu ainda quero que ela seja punida”, desabafou Marque que ainda relatou surpresa sobre os xingamentos ouvidos pela mulher no dia 30 de maio quando trabalhava em um condomínio em Itaipu, no município de Niterói. Os dois entregadores, Jonathas e Eduardo, estavam em uma van em frente ao prédio da aposentada quando ela quis sair de carro. Eduardo conta que o funcionário que dirigia a van tinha se ausentado e não poderia retirar o carro naquele momento e isso irritou Barrozo.
Indiciada por injúria racial
O indiciamento de Claudia Alvarim Barrozo por injúria racial aconteceu sem que ela prestasse depoimento porque a aposentada não compareceu à delegacia que investigou o crime em nenhuma das vezes em que foi intimada. Nesta semana, ela foi à mesma delegacia na intenção de registrar uma denúncia por injúria e difamação contra Jonatha e Eduardo alegando que eles foram machistas com ela, como contou o advogado que representa os dois, Joab Gama de Souza.
“O que aconteceu é que ele começou a me ofender, me xingar ofensas sexistas, machistas, a discussão não acabava nunca até que ele começa me estimular a chamá-lo de ‘macaco’. Ele começou a estimular essa situação”, disse a mulher na porta da delegacia em entrevista à TV Globo. A mulher ainda argumenta que não é racista por ter amigos e parentes negros.
Eduardo nega que tenha falado qualquer coisa agressiva com a mulher e se surpreendeu que apenas agora ela tenha apresentado essa versão. “Na verdade ontem que a senhora lá foi na mesma delegacia em que a gente abriu a denúncia que a gente ofendeu a pessoa dela com discursos machistas e sexistas”, disse.
Em audiência na 1ª Vara Criminal de Niterói realizada no dia 30 de junho Claúdia confessou ter proferido a palavra “macaco” e ficou determinado que a ré pedisse desculpas públicas por escritos aos dois e indenizasse Jonathas e Eduardo em R$15 mil reais (R$7,5 mil para cada). Mas até o momento Cláudia não cumpriu a decisão.
O advogado que representa as vítimas explica que a indiciada e sua defesa alegaram que o acordo foi contestado, mas explica que não foi isso que ocorreu. “O acordo nunca foi contestado, ele foi descumprido pela denunciada, ela confessou formalmente perante a autoridade judiciária, perante o Ministério Público e devidamente assistida pela sua defesa”, disse Souza em vídeo enviado ao Notícia Preta.
O advogado ainda reforça que não houve nenhuma ação de difamação ou injúria por parte de seus clientes e que a indenização nunca foi paga.
O Notícia Preta procurou a defesa de Claudia Alvarim Barrozo mas até o fechamento desta matéria não obtivemos respostas.
O Notícia Preta também entrou em contato com a Polícia Civil do Rio de Janeiro para verificar sobre o indiciamento do caso e se Claudia efetivou o registro contra Jonhatas e Eduardo, mas também não fomos respondidos até o momento.
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