Durante uma sessão plenária que ocorreu nesta semana na Câmara Municipal de Feira de Santana, cidade baiana localizada há cerca de 100 km de Salvador, o vereador Edvaldo Lima (MDB) se posicionou contrário ao requerimento apresentado pelo colega Petrônio Lima (Republicanos), que propõe uma sessão solene para homenagear o Dia da Beleza Negra e ao Dia Municipal do Sacerdote e Sacerdotisa de Religião de Matriz Africana.
A proposta, aprovada pela maioria dos votantes, tem o intuito de impulsionar a autoestima e enaltecimento da beleza negra. Petrônio Lima entende que homenagem é uma iniciativa relevante no combate à discriminação de raça e promoção da igualdade. Já para o Edvaldo Lima, único a se opor a solicitação, o requerimento é preconceituoso com as pessoas brancas. “Por que vossa excelência não colocou aqui o Dia da Beleza Branca? Quer dizer que o branco não tem direito? É só o negro? Minha família não se sente representada!”, declarou o parlamentar baiano aos gritos. Outro argumento utilizado pelo vereador do MDB foi relacionado ao nome da instituição organizadora. “Ainda mais que é promovido por um grupo chamado de Odungê, que é de candomblé. Votarei contra”, anunciou sobre a decisão.
Em repúdio as declarações, outros vereadores se pronunciaram. Jhonatas Monteiro (PSOL) falou que o colega parece não ter frequentado as aulas de história do país. “Este tipo de discriminação e preconceitos velados não ficarão mais sem resposta”, afirmou. Sílvio Dias (PT) argumentou que a posição foi preconceituosa, que Lima negou a própria origem, a escravidão e o sofrimento provocado e também discorreu sobre a necessidade de reconhecer os crimes praticados contra a população negra. Segundo o documento, a ação promovida pelo Núcleo Cultural Educacional e Social Quilombola(Odungê) sucederá em solenidade no mês de setembro.
Outras polêmicas
Edvaldo Lima se envolveu em outras polêmicas como em sua recomendação da transformação da Bíblia em Bem Imaterial e Cultural no Município, além do projeto de lei para instituir o Dia da Consciência Branca e a alegação que seria um absurdo a Secretaria de Cultura contratar uma cantora que “invoca demônios”, se referindo a Daniela Mercury.
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