A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) decidiu revogar as resoluções que concederam o título de Doutor Honoris Causa a dois presidentes da época da ditadura militar no Brasil: o marechal Humberto de Alencar Castello Branco, presidente em 1966, e o general Emílio Garrastazu Médici, presidente em 1971.
A decisão unânime do Conselho Universitário (Consuni) da universidade foi tomada na última sexta-feira (25), acompanhado por representantes do movimento estudantil, parlamentares, docentes e representantes da sociedade civil.

Um dos nomes que teve o título revogado pela instituição foi o general Emílio Médici, que teve o governo apontado como um dos mais cruéis dentre os governos militares da épeoca, conforme consta o Relatório da Comissão da Verdade da UFRN. Nele, foi apontado que ahvia um medo permanente que “fazia com que as pessoas evitassem determinados posicionamentos mais ostensivos”, segundo relato do professor Geraldo Queiroz, que foi reitor da instituição entre 1991 e 1995.
O pedido de revogação foi feito pelo reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, usando como justificativa esse mesmo relatório. Segundo ele, a iniciativa evita que “esse período sombrio da história do Brasil seja esquecido, para que jamais volte a se repetir”.
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