A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), decidiu nesta quarta-feira (16), pela obrigatoriedade de retenção de receita na compra de ozempic. A medida também se estende a outros medicamentos similares como: Wengovy, mounjaro, e saxenda, que são usados para emagrecimento. Esse conjunto de medicamentos atualmente é classificado como tarja vermelha, ou seja, só deve ser comercializado mediante a apresentação de prescrição médica.
Com a nova medida, junto a recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM) o fármaco segue o mesmo critério de comercialização dos antibióticos, por exemplo, exigindo que uma cópia da receita fique na farmácia para registro na ANVISA, garantindo um acesso mais restrito ao medicamento.

“A medida visa coibir o uso indiscriminado e fora das indicações aprovadas em bula” , diz trecho do comunicado publicado pelo CFM nas redes sociais.
Nas redes sociais, os internautas repercutiram o tema. “Importante esclarecer que justamente pelo uso indiscriminado de algumas pessoas sem indicação clínica e sem acompanhamento médico, alguns pacientes com indicação por diabetes e/ou obesidade vinham sofrendo com a falta recorrente de insumos” comentou uma usuária do instagram na publicação da CNN Brasil. “Aleluia”, comentou outra em tom de alívio.
Efeitos colaterais
O uso da caneta emagrecedora, originalmente é usado para tratamento de doenças como diabetes tipo 2 e obesidade. No entanto, ganhou popularidade nas redes sociais, por trazer emagrecimento de forma acelerada. Dentre os efeitos colaterais, especialistas apontam incômodos gastrointestinais, além de vômitos e náuseas, os sintomas mais relatados. Há quem associe justamente essa reação à perda de peso. Outros problemas como: diarreia, constipação, gastrite, dor abdominal e flatulência e transtornos de distorção de imagem podem ser desenvolvidos.
“O problema do ozempic e dos outros medicamentos com o mesmo princípio ativo, é que ele proporciona uma perda rápida, o que é muito interessante para pacientes obesos (combinado com bons hábitos, claro) mas problemático para quem tem que perder pouco, já que a perda rápida e sem esforço “crescem os olhos”. Isso incentiva uma busca apenas estética, incentivando transtornos de imagem, invalidando uma vida com hábitos saudáveis e tornando um problema de saúde pública também pelos efeitos colaterais mais graves, como intoxicação medicamentosa”, analisou a Nutricionista Lilian Esposito, em entrevista ao Notícia Preta.
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