O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto. A medida foi comunicada oficialmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio de uma carta enviada pela Casa Branca, segundo fontes diplomáticas.
No comunicado, Trump alega que a decisão tem base em questões comerciais e também em aspectos políticos. O republicano mencionou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente inelegível, e classificou como “vergonha internacional” seu julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Ainda segundo o documento, o aumento tarifário também estaria ligado, “em parte”, a supostos ataques do Brasil “contra eleições livres” e à “violação da liberdade de expressão dos americanos”, acusações sem qualquer base factual.

A tarifa anunciada é uma das mais altas já aplicadas contra o Brasil nas últimas décadas e deve atingir setores estratégicos, como o agronegócio, mineração e manufaturados. Ainda não há detalhes específicos sobre os produtos incluídos na nova alíquota, mas especialistas avaliam que o impacto pode ser significativo nas exportações brasileiras, especialmente em um cenário de desaceleração global.
Além do Brasil, Trump também anunciou aumentos tarifários sobre produtos de outros países. A Índia e o Vietnã, por exemplo, enfrentarão tarifas entre 25% e 35% sobre itens industriais, enquanto a China permanece sob tarifas pesadas, de 55%, impostas desde seu primeiro mandato. Segundo a Casa Branca, as medidas fazem parte de uma estratégia para “proteger os trabalhadores americanos e corrigir desequilíbrios históricos”.
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A resposta do governo brasileiro ainda não foi divulgada oficialmente. No entanto, diplomatas indicam que o Itamaraty já estuda alternativas legais dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a decisão.
A medida marca um novo capítulo nas relações entre Brasil e Estados Unidos, agora mais tensas, e pode afetar diretamente a balança comercial brasileira e os investimentos bilaterais.