Tadalafila atinge 64 milhões de unidades vendidas no Brasil em 2024

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O tadalafila, medicamento recomendado para disfunção erétil, teve um crescimento expressivo no Brasil em 2024. Segundo informações do ICL Notícias, foram vendidas 64 milhões de unidades, o que significa um recorde histórico para o país. O uso, em sua maior parte durante este ano, foi feito por homens que não apresentavam disfunção erétil e, além disso, vem sendo usado como parte da rotina de treino.

O Conselho Regional de Farmácia diz que a atuação da tadalafila nos vasos sanguíneos, é de dilatação, que pode causar um aumento momentâneo do fluxo sanguíneo durante exercícios. O medicamento não foi desenvolvido com essa finalidade, por isso, alertas são emitidos por conta do uso combinado entre a substância e exercícios sem orientação profissional, na busca de melhorar o desempenho físico.

A tadalafila tem sido usada principalmente por jovens no Brasil. Devido troca constante de parceira, entende-se que é necessário “desempenhar cada vez melhor”. / Foto: Adobe Istock

“Medicamentos, incluindo a tadalafila, não devem ser tratados de forma leviana. Seu uso deve aderir estritamente às orientações, evitando práticas que possam comprometer a saúde pública. A combinação de prática de exercícios físicos com o uso irresponsável de medicamentos é encarada como potencialmente prejudicial à sociedade”, esclarece a conselheira federal de Farmácia de Sergipe, Fátima Cardoso.

Segundo o médico Drauzio Varella, a tadalafila não deve ser usada em conjunto com nitratos ou outros medicamentos para hipertensão pulmonar, pois pode causar queda de pressão arterial. Apesar de não causar dependência química, o uso fora de indicações clínicas, pode levar ao desdobramento de uma dependência psicológica, que é quando o indivíduo passa a fazer associações de que o desempenho não será satisfatório sem o medicamento.

No Brasil, como o medicamento é vendido sem receita nas farmácias, acaba contribuindo para o crescimento exponencial de vendas, que hoje já são 20 vezes maiores do que há uma década. Já em países da Europa e nos Estados Unidos, a compra é controlada e depende de receita médica.

Atualmente, a tadalafila é vendida livremente em farmácias brasileiras, sem a exigência de prescrição médica. Esse cenário é diferente do que acontece em países como Estados Unidos e nações da Europa, onde a compra é controlada e depende de receita médica. A facilidade de acesso no Brasil contribui para o crescimento expressivo das vendas, que hoje são 20 vezes maiores do que há uma década.

Outro medicamento que também é comumente usado no país, é a sidenafila, comercialmente vendida como ‘Viagra’.

Indicação do uso de tadalafila

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a tadalafila é um medicamento com uso aprovado para três condições clínicas específicas: disfunção erétil, hiperplasia prostática benigna (HPB) — caracterizada por sintomas urinários relacionados ao aumento da próstata — e hipertensão arterial pulmonar, sendo essa última indicação geralmente conduzida por um pneumologista. Para qualquer uma dessas situações, o uso da tadalafila deve ser prescrito por um médico, com avaliação cuidadosa do histórico de saúde do paciente, presença de condições crônicas como diabetes mellitus ou hipertensão arterial, além de outros fatores clínicos relevantes.

O uso da tadalafila por homens com função erétil preservada não é recomendado, pois não oferece vantagens comprovadas e pode trazer riscos, especialmente no campo emocional e psicológico. A automedicação, além de ineficaz nesses casos, pode levar à criação de uma dependência psicológica, que afeta a autoconfiança e o desempenho sexual sem justificativa médica. Caso o uso esteja sendo feito sem orientação profissional, a interrupção pode ser feita de forma imediata, uma vez que o medicamento não exige descontinuação gradual. No entanto, é importante estar ciente de que a suspensão pode gerar inseguranças temporárias, especialmente se houver vínculo emocional com o uso da substância.

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