Uma estudo inédito realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e publicado no The Lancet revela que a taxa de suicídio entre os indígenas brasileiros é duas vezes e meia maior do que a da população geral. O estudo mapeou pela primeira vez todas as regiões e os estados do Brasil nos últimos 20 anos.
Pesquisas anteriores feitas na Austrália, Canadá e mesmo no Brasil já tinham apontado que grupos minoritários têm maiores taxas de suicídio.
O levantamento foi feito com base em um levantamento das estimativas de suicídio a partir dos dados do sistema de informação de mortalidade em todo o país entre 2000 e 2020, disponibilizados no DataSus (Sistema de Informática do Sistema Único de Saúde).
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Os números revelaram uma taxa de 17,57 mortes a cada cem mil habitantes entre povos originários, contra 6,35 na população geral. Os maiores índices foram registrados na região Centro-Oeste, particularmente no estado do Mato Grosso do Sul. Lá, só no ano de 2008, a taxa foi dez vezes maior do que a média nacional. O Amazonas ficou em segundo lugar. O grupo mais afetado é de homens jovens, na faixa dos 10 aos 24 anos.
Os dados também revelaram uma tendência de aumento ao longo do tempo, inclusive entre não indígenas. Hoje, o suicídio mata mais do que os acidentes de motocicleta no Brasil.
Fonte: Agência Einstein