O secretário de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, classifica como uma “operação de guerra”, o atendimento feito aos indígenas doentes que precisam de socorro urgente dentro da Terra Yanomami.
O secretário, que estava na região de Surucucu no último domingo (22), acompanhou o resgate de Yanomami com quadro grave de desnutrição em uma comunidade dominada pelo garimpo. A atividade garimpeira ilegal é a principal causa da desnutrição e crise sanitária do território.
Na última segunda-feira (23), Weibe Tapeba afirmou que tem a impressão de que os indígenas foram abandonados. “A sensação é que o estado brasileiro virou as costas para o território. Fizemos o resgate de pelo menos 16 pacientes Yanomami com quadro de desnutrição muito avançada [em uma das comunidades]. É uma operação de guerra, o território está totalmente ocupado, uma grande área do território está ocupada por garimpeiros”, disse em entrevista ao G1.
Foram resgatados 16 Yanomamis, com apoio da Força Aérea Brasileira e do Exército, em sua maioria crianças extremamente desnutridas. Eles foram levados para o polo base de Surucucu, que é uma unidade considerada de referência na região, mas, ainda assim, com estrutura bastante precária .
A Urihi Associação Yanomami, coordenada pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY), Júnior Hekurari, divulgou que 26 crianças e dois adultos foram resgatados durante a missão do Ministério da Saúde.
Tabepa disse que vai propor ao Ministério da Saúde que montado um hospital de campanha, em Surucucu. Com estrutura de alojamento e cozinha comunitária. A Sesai também pretende montar um plano de ação que inclua a melhoria de infraestrutura dos polos de saúde, além da logística, insumos, medicamentos, equipamentos, água potável energia e internet.
Tapeba chegou a Roraima no sábado (21), junto com a comitiva de Lula (PT), que viajou ao estado para ver a situação do povo Yanomami. “Se alguém me contasse que em Roraima tinham pessoas sendo tratadas dessa forma desumana, como vi o povo Yanomami aqui, eu não acreditaria. O que vi me abalou. Vim aqui para dizer que vamos tratar nossos indígenas como seres humanos”, disse Lula.
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O Ministério da Saúde declarou a situação como sendo uma emergência de saúde pública. Além disso, Lula criou o Comitê de Coordenação Nacional para discutir e adotar medidas para melhor atender essa população. O plano de ação deve ser apresentado no prazo de 45 dias, e o comitê trabalhará por 90 dias mas o prazo que pode ser prorrogado.
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