Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi acionada para investigar o caso
Na noite da última segunda feira (17), uma mulher foi abordada por um segurança do restaurante Flor de Vinagreira, em São Luís (MA) e acusa o estabelecimento de ter praticado racismo. Segundo Carla Coreira, o caso aconteceu após ela entrar no local para cumprimentar alguns amigos. “Eu estava conversando com um amigo na calçada. De repente, ele [segurança] olhou para mim, falou com meu amigo e perguntou: ‘Dr, ela está atrapalhando em alguma coisa?’ Eu não tive como responder nada porque fiquei travada. Como assim? E resolvi denunciar”, disse Carla, em entrevista ao G1.
Ainda de acordo com Carla, entre seus amigos, estavam na mesa o secretário de Estado do Trabalho e Economia Solidária, Jowberth Alves, e a professora Dulce Ferreira. Ambos confirmaram que houve racismo. Segundo o secretário, mesmo após ele confirmar que Carla era sua amiga, o segurança continuou a fazer indagações preconceituosas.
Reincidência
Após a veiculação e repercussão do caso, várias outras pessoas relataram, em redes sociais, casos parecidos ao relatado por Carla. Em uma das publicações, um rapaz relata que foi discriminado pelo segurança no mesmo restaurante por causa da sua cor e das roupas que usava.
Intervenção OAB
Após as denúncias, a Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi acionada para investigar o caso, além de enviar um relatório ao Ministério Público e para a Defensoria Pública. “Ela [Carla] foi vítima da possibilidade do ‘Apartheid’, que o local não poderia ser adentrado por ela em relação de sua raça. Então a gente tem que combater, procurar uma reparação para esse fato, fazer palestras antiracistas para que a gente possa reverter essa situação de ser ‘normalizado’ o racismo em nossa sociedade”, disse o presidente da comissão, Erik Moraes.
O que diz o restaurante
O dono do restaurante, Francisco Neto, se pronunciou e negou todas as acusações. Através de um vídeo, ele afirmou que as atividades do restaurante são pautadas em padrões éticos. “Tomamos conhecimento de uma ocorrência de racismo aqui em nosso restaurante. Estou vindo ao público esclarecer que não praticamos racismo e nem injúria racial. Nossas atividades são pautadas em padrões morais e éticos cada vez mais elevados, respeitando a todos e a todas”, disse o dono do restaurante.
Ainda não podemos evitar os ataques racistas, principalmente em período de extremo exercício do ódio, muito em voga no mundo contemporâneo, a partir da sabida escalada nazi-facista, internacionalizada. No entanto temos que reagir sempre, como a moça e seus amigos fizeram. Reagir, sempre, dentro das condições de lugar, meios e tempo possíveis………..