A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH) divulgou um novo mapa de monitoramento da seca que apontou um agravamento na estiagem no estado, especialmente no semiárido e no alto Sertão, onde a seca pode ser mais severa. Estima-se que 31 municípios sejam afetados diretamente.
O estudo foi divulgado na última segunda-feira (8) e, de acordo com as monitorizações, os municípios mais afetados serão Piranhas, Delmiro Gouveia, Olho d’água do Casado, Pão de Açúcar, Belo Monte, Palestina, Carneiros e várias outras localidades, abrangendo regiões como o Agreste, Sertão e Sertão do São Francisco.
Em entrevista concedida ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara de Maceió, o meteorologista Vinicius Pinho informou que Alagoas está sob influência de uma massa de ar seco, quente e bastante intensa. “Nós ainda devemos sofrer bastante com a seca pelo menos até o início da nossa quadra chuvosa (período do ano em que se concentra os maiores índices de chuva, de abril a agosto), e com a intensificação do El Niño que deve alcançar o seu pico. Essa situação pode se intensificar ainda mais no estado”, ressaltou ele.
Com base nos estudos dos meteorologistas e especialistas, o fenômeno El Ninõ (caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico), junto com efeitos do aquecimento global, devem provocar ainda no primeiro semestre deste ano uma grande seca na região Nordeste.
A seca provoca impactos na saúde, na moradia, na educação e em outros setores, tanto na área rural quanto na urbana. Alagoas tem a 6ª maior população quilombola do Brasil, conforme o censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), essa população deve ser a mais afetada com a seca “severa”. Com as terras inférteis, eles não terão como plantar e consequentemente não terão como comer.
A Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) está buscando garantir a orientação e defesa dos municípios, trabalhando para assegurar a distribuição de água potável por meio da Operação Carros-pipa e no acompanhamento da evolução da estiagem. Assim, visando a legalidade das ações e a inclusão das cidades afetadas em programas de mitigação dos impactos da seca.
Leia também: Rio Negro e Amazonas voltam a subir após período de seca severa