Saúde de moradores da periferia de SP é afetada por desigualdade, aponta estudo

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Moradores das periferias de São Paulo tem a saúde fortemente afetada por conta da desigualdade. É o que aponta o estudo “Síntese de evidências sobre saúde no município de São Paulo”, elaborado pelo Insper, e pela Umane, associação civil que investe em iniciativas no âmbito da saúde pública. Os dados analisados são de 2010 a 2019.

Os dados apontam, por exemplo, que em regiões de maior vulnerabilidade social, a taxa de mortalidade por diabetes chega a ser 21 vezes maior. Também foram analisados dados relacionados a mortalidade materna e saúde cardio e cerebrovascular, além da Diabetes Mellitus tipo II.

Sobre o aumento no risco de mortalidade por doenças isquêmicas do coração em todo o município, entre homens, as condições socioeconômicas explicam 23% da variabilidade deste risco no sexo masculino, em homens de 30 a 39 anos, e de 60 a 69 anos.

Estudo revela que saúde de moradores de periferias em São Paulo é afetada por desigualdade/ Foto: Rovena Rosa – Agência Brasil

Considerando os dois gêneros, a maior taxa padronizada foi registrada na Brasilândia (1,7), na zona norte do município de São Paulo, e a menor em Alto de Pinheiros (0,2), bairro nobre na Zona Oeste. Já sobre os óbitos maternos os dados mostram que enquanto no Alto de Pinheiros o número de óbitos a cada 100 mil nascidos vivos foi zero, no distrito da Sé foi de 102.

Isto indica que temos áreas mais vulneráveis, e que se beneficiariam de intervenções direcionadas para avançarmos na equidade em saúde, que é um princípio do SUS. Além do benefício para a saúde da população, analisar e endereçar as causas destas desigualdades nos territórios beneficia também a gestão, que pode alocar recursos escassos de forma mais eficiente no sistema de saúde”, aponta Evelyn Santos, gerente de parcerias e novos projetos da Umane.

Participaram do estudo os pesquisadores: Prof. Dr. Paulo H. Nascimento Saldiva, Profa. Dra. Cátia Martinez Minto, Prof. Dr. Paulo Afonso de André, Profa. Dra. Lígia Vizeu Barrozo e Profa. Dra. Sara Lopes de Moraes.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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