Evento gratuito segue até o dia 25 de novembro na zona leste de São Paulo
Durante o mês de novembro, a Oficina Cultural Alfredo Volpi em São Paulo, promove o VIII Festival Preta Leste, que nesta edição tem a temática “Meu apito tem semente de Jurema”, uma celebração à natureza como morada da encantaria e esta como política e poética. A programação do evento que coloca em foco as questões étnico-raciais e a valorização das sabedorias africanas e indígenas, começa nesta sexta-feira (03).
Além disso, o festival também busca dar visibilidade a personalidades e coletivos artísticos da zona leste da capital paulista que se relacionam profundamente com a cultura negra e dos povos originários. Nesta 8ª edição do evento, as atividades ocorrem em locais como o Sesc Itaquera e a Casa de Cultura Raul Seixas.
O Preta Leste é realizado pela Oficina Cultural Alfredo Volpi, que integra o Programa Oficinas Culturais, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e gerenciado pela Poiesis.
A curadoria é da Kelly Santos, jornalista, pós-graduada em Dança e Consciência Corporal e coordenadora do Núcleo de Estudos e Corporeidades Negras, grupo originado na unidade Alfredo Volpi.
O tema “Meu apito tem semente de Jurema” provém de uma toada da Nação Estrela Brilhante de Igarassu, grupo de Maracatu que em 2024 completará 200 anos de existência. É a esta nação e ao estado de Pernambuco que o Preta Leste dedica esta edição. A homenagem terá a presença do Mestre da Nação, Gilmar Santana, que vem de Igarassu (PE) para participar do tradicional Cortejo Preta Leste ao lado da Cia. Lelê de Oyá, marcando o encerramento do festival em 25/11.
Exposição, música, dança e cortejo
Para dar início às atividades, a exposição “Jurema: pote sagrado uma força ancestral” oferece uma imersão nas diversas vertentes das religiões e ritos de matriz afro-brasileira e afro-ameríndio, como Ketu, Angola, Jeje Narin, Jurema e Umbanda. As visitas ficarão abertas de 3/11 a 30/12, de terça a quinta-feira, das 10h às 21h30, sextas e sábados, das 10h às 18h.
Constituídos por barro e ervas colhidas da natureza, os potes de Abô são o cerne da mostra e são considerados fundamentais para os rituais dentro de uma casa de Asè. A artista e curadora desta exposição, Isabel Azevedo, mais conhecida como Ejedy Obaluangê ou mãe Bel, é fundadora da marca Bellartess, costureira, artesã e figurinista. Entre os destaques, Isabel aponta o Pote de Okutà, pedra considerada o coração do orixá, sagrada e geralmente colhida em cachoeiras.
A apresentação Eles cantam Jurema abre a exposição no dia 3, a partir das 19h, celebrando a ancestralidade e os povos das florestas. Nesta intervenção artística, o vibrante samba de terreiro convida o público para uma dança repleta de energia e espiritualidade, com a participação de Bel Obaluangê, Samba de Roda do Recôncavo, Mestre Marlon e Heloisa de Lima.
Corpo e melodia em Cena será um encontro de experimentação e investigação na arte cênica, por meio de jogos e brincadeiras do universo teatral e da cultura popular. Aqui, serão trabalhados o improviso, a dança e o canto. Esta é uma oportunidade de aprimorar as habilidades de expressão no teatro sob a orientação de Ana Souza, educadora e pesquisadora da Cultura da Infância. A atividade acontece no dia 8 de novembro, quarta-feira, das 19h às 21h30, e sem a necessidade de inscrição.
Para os amantes da música e da cultura afro-brasileira, a vivência percussiva Tambor e musicalização: autoconhecimento rítmico ancestral, no dia 14, terça-feira, das 19h às 21h30, oferece um espaço de troca, experimentação e desenvolvimento criativo na percussão musical. A orientação é da percussionista Loiá Fernandes.
Com foco no público feminino, Dança com P.: afrobeat e dança afro, conduzida pela dançarina, produtora cultural e arte-educadora Vanessa Soares, proporciona uma experiência nos movimentos da dança afrobeat da Nigéria, além de homenagear as orixás Oxum e Iemanjá. Jogos de palavras, leitura de poesias, e temas como o empoderamento e autoestima completam a atividade. A experiência sensorial está programada para o dia 23, quinta-feira, das 19h às 21h30.
E para o encerramento, no dia 25 de novembro, a partir das 14h, o tradicional Cortejo Preta Leste com a Cia. Lelê de Oyá convida o Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, nação pernambucana. Ao celebrar essa tradição e espiritualidade do maracatu, Mestre Gilmar Santana e a Cia. conduzirão o trajeto pelas ruas de Itaquera, iniciando na Paróquia Nossa Senhora do Carmo e finalizando no jardim da Oficina Cultural Alfredo Volpi.
Para conhecer a agenda completa do VIII Festival Preta Lestete – inclusive as atividades que passarão pelo Sesc Itaquera, Casa de Cultura Raul Seixas, Espaço Cultural Adebankê, CIFA – Centro Itaquerense das Famílias Amigas e CEU Parque do Carmo, acesse o site do programa Oficinas Culturais.
SERVIÇO:
OFICINA CULTURAL ALFREDO VOLPI
VIII FESTIVAL PRETA LESTE: MEU APITO TEM SEMENTE DE JUREMA
Curadoria: Kelly Santos
Obs: algumas atividades serão realizadas em outros espaços culturais. Confira essa agendaaqui.
A seguir, as atrações que ocupam a Oficina Cultural Alfredo Volpi – Endereço: Rua Américo Salvador Novelli, 416 – Itaquera – São Paulo/SP
EXPOSIÇÃO POTE SAGRADO – FORÇA ANCESTRAL
Curadoria: Bel Obaluangê
3/11 a 30/12 – terça a quinta-feira – 10h às 21h30; sexta-feira e sábado – 10h às 18h
Livre
ELES CANTAM JUREMA
Com Bel Obaluangê, Heloisa de Lima e Samba de Roda do Recôncavo
3/11 – sexta-feira – 19h às 21h
Livre
CORPO E MELODIA EM CENA: OFICINA DE JOGOS TEATRAIS E MUSICAIS
Coordenação: Ana Souza
8/11 – quarta-feira – 19h às 21h30
Faixa etária: 16 anos
TAMBOR E MUSICALIZAÇÃO: AUTOCONHECIMENTO RÍTMICO
Coordenação: Loiá Fernandes
14/11 – terça-feira – 19h às 21h30
Faixa etária: 16 anos
DANÇA COM P.: AFROBEAT E DANÇA AFRO
Coordenação: Vanessa Soares
23/11 – quinta-feira – 19h às 21h30
Faixa etária: 16 anos
CORTEJO VIII FESTIVAL PRETA LESTE COM A CIA. LELÊ DE OYÁ – PARTICIPAÇÃO ESPECIAL DO MESTRE GILMAR DA NAÇÃO ESTRELA BRILHANTE DE IGARASSU
Coordenação: Cia Lelê de Oyá
25/11 – sábado – 14h às 17h
Trajeto: Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Largo da Matriz, s/n – Itaquera, São Paulo – SP (08210-110) até a Oficina Cultural Alfredo Volpi – Rua Américo Salvador Novelli, 416 – Itaquera – São Paulo/SP
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Rua Américo Salvador Novelli, 416 — Itaquera — São Paulo
Telefone: (11) 2056-5028 | Horário de funcionamento: Terças às quintas-feiras, das 10h às 21h30|
Sextas e Sábados das 10h às 18h.
Detalhes sobre os protocolos para visitas podem ser conferidos no site.
Acessibilidade: elevador, banheiro acessível para cadeirantes e rampa de acesso na entrada.
SOBRE O PROGRAMA OFICINAS CULTURAIS
Como uma iniciativa da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e gerenciado pela POIESIS – Organização Social de Cultura, o Programa Oficinas Culturais promove formação e vivência à população no campo da cultura desde 1986.
Oficinas Culturais dialoga com o interior por meio de dois festivais (FLI – Festival Literário do Vale do Ribeira e MIA – Festival de Música Instrumental), Ciclo de Gestão Cultural, Ciclos de Cultura Tradicional, Programa de Qualificação em Artes que dá orientação artística a grupos, companhias ou coletivos de dança e teatro no interior, litoral e região metropolitana de São Paulo, e o Programa de Formação no Interior que oferece atividades formativas.
Além disso, na cidade de São Paulo, o programa realiza atividades de formação e difusão em três espaços: Oficina Cultural Oswald de Andrade (Bom Retiro), Oficina Cultural Alfredo Volpi (Itaquera) e Oficina Cultural Maestro Juan Serrano (Taipas).
SOBRE A POIESIS
A Poiesis – Organização Social de Cultura desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.
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