Segundo informações divulgadas pelo Governo de São Paulo, o Sistema Cantareira, responsável pelo fornecimento de água de 50% da área metropolitana do Estado, aponta para uma crise hídrica eminente, com apenas 34,4% de sua capacidade disponível. É o nível mais baixo já registrado para este período em mais de 10 anos. Diante desse cenário, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) anunciou que começará a diminuir a pressão da água pelas madrugadas, nesta região.
A iniciativa, de acordo com o Governador Tarcísio de Freitas, visa “manter os níveis dos reservatórios”, que atualmente estão em 38,2%. Essa quantidade representa o pior índice desde 2015, quando o Estado enfrentou uma grave crise de abastecimento, e os reservatórios estavam em apenas 9,5%. O Governo Estadual e a Companhia afirmam que essa diminuição é uma medida “temporária”, embora não tenha sido esclarecido por quanto tempo ficará em vigor.

Wagner Carvalho, um especialista em gestão hídrica, afirma que a situação demanda ações imediatas, mas enfrenta dificuldades devido à maneira como a Sabesp tem sido gerida após a privatização. Carvalho enfatiza também, a importância de reavaliar os padrões de consumo, especialmente em relação à alimentação, uma vez que 70% da água disponível no planeta é destinada à agricultura e à pecuária.
“Com a redução da pressão, com falta de água em muitas regiões da cidade, a tubulação vai se encher de ar. Quem tiver o hidrômetro analógico, o ar vai girar o hidrômetro quase dez vezes mais do que a água. Tem bloqueadoras de ar disponíveis que você pode instalar”, explica o especialista, Wagner Carvalho. “Estamos com uma crise hídrica iminente”, reafirma ele.
Em comunicado oficial, a Sabesp informou que “em cumprimento à deliberação da Arsesp, agência reguladora de serviços públicos de São Paulo, adotará medidas preventivas e de contingência temporárias com a finalidade de preservar os níveis de água dos reservatórios e mananciais que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo, coberta pelo Sistema Integrado Metropolitano (SIM)”.
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