Um levantamento realizado pelo Instituto NÓS Pesquisas, intitulado “Persona Favela Verão, Férias e Carnaval”, revela os consumos de pessoas que moram em favelas e comunidades de 12 Estados brasileiros. O objetivo do documento é conhecer as expectativas para o verão, férias e carnaval, e a relação de consumo de produtos para este período, nas maiores favelas do Brasil.
Além do consumo de marcas, a pesquisa também abordou quesitos comportamentais. Com a chegada do verão, os moradores das comunidades do Brasil conectam a estação a momentos de sol e calor (64%), de fazer churrasco na laje/em casa (34%) e ficar mais tempo com a família (32%).
Os moradores também disseram o que não pode faltar no verão na laje: Churrasqueira (87%), Cadeira/ Mesa (85%), Geladeira (75%), Chuveirão (71%), Piscina de plástico (62%).
O estudo demonstra que as comunidades consomem grandes marcas, seja no quesito vestuário, cosméticos ou alimentação. Essa ideia de consumo acaba indo contra o imaginário de muitas pessoas. É o que explica Emília Rabello, CEO do NÓS, o Novo Outdoor Social.
“As grandes marcas também têm capilaridade dentro da favela. Esses dados descontroem uma imagem de que as pessoas que moram na favela, preferem produtos que não têm tanta qualidade”, afirma.
40% dos entrevistados disseram que costumam viajar no verão, o que significa um aumento de 17 pontos percentuais em relação ao ano de 2021. Entre os que viajam, 33% pretendem utilizar o próprio veículo para chegar ao destino. Seguidos do transporte aéreo (24%).
No mesmo quesito viagem, 51% dos moradores das comunidades declararam nunca ter viajado de avião. Dentre os que já viajaram, 31% compram os bilhetes em agências de viagem. 42% dos moradores afirmam comprar a passagem de ônibus direto na Rodoviária. Também foi contabilizado os 14% que compram online.
Os destinos mais citados nas pesquisas foram Praias de modo geral, além de cidades do Rio de Janeiro, do Ceará, Bahia e Minas Gerais.
Se tratando dos cuidados com a pele durante o verão, 71% dos entrevistados fazem uso de protetor solar. O equivalente a um aumento de 19 % em relação a 2021. Desses, 39% costumam gastar entre R$20 e R$40 na compra do protetor solar. Perfil mapeado de quem mais utiliza protetor é feminino, brancos e da região Norte. Seguidos de pessoas pardas (74%) e pretas (58%).
Emília Rabello também afirma que a partir de todo esse consumo, é preciso pensar nas comunidades de forma a ser agregada pela cidade com um todo. “Não existe essa cidade dividida entre asfalto e favela. A periferia pertence à cidade. Assim, a comunicação e a venda dos produtos devem ser feitas de forma igualitária, buscando equidade entre todos os públicos”, conclui.
Sobre a pesquisa
A pesquisa foi feita de forma quantitativa, através de uma tecnologia onde os pesquisadores de campo realizam as perguntas apenas com um celular e não precisam estar conectados à internet ou a qualquer rede de dados, ampliando assim a abrangência da área de realização das entrevistas e coleta de dados. Para este estudo foram entrevistados 441 moradores das maiores comunidades do Brasil, entre os dias 18 a 21 de novembro.
As comunidades analisadas foram, Belém (PA): Baixada Nova Jurunas, Condor; Manaus (AM): Cidade de Deus; Fortaleza (CE): Pirambú São Luís (MA): Coroadinho; Recife (PE): Casa Amarela Salvador (BA): Complexo de Amaralina Brasília (DF): Sol Nascente; Belo Horizonte (MG): Aglomerado da Serra; Rio de Janeiro (RJ): Rocinha, Rio das Pedras; São Paulo (SP): Heliópolis, Paraisópolis; Curitiba (PR): São Domingos Agrícola; Porto Alegre (RS): Cruzeiro do Sul.
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Todas essas comunidades tem um potencial de consumo de 9,9 bilhões por ano. Se verificado o gasto com TV, telefone e internet, o gasto é de 93 milhões por ano. A renda media dessa população é de R$ 2.781,14, se enquadrando 55% dos entrevistados à classe C. Desses, 54% são mulheres e 48% são homens.
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