A La Liga, que é responsável por organizar o campeonato espanhol de futebol, realizou um evento nesta segunda-feira (3) para divulgar mudanças e novidades para a próxima temporada. Após a apresentação de uma hora e meia, a questão do racismo só foi mencionada no final, quando um repórter do jornal Folha de S. Paulo questionou sobre o tema.
Durante o evento transmitido pelo YouTube, os apresentadores enfatizaram que as mudanças seriam o início de uma “nova era”. Falaram da mudança do slogan, da logotipo, da nova parceria com a EA Sports, que mudará o nome do campeonato e passará a se chamar La Liga EA Sports, mas apenas no final do evento, o presidente da La Liga, Javier Tebas, falou sobre racismo.
O presidente foi questionado sobre como a organização se prepararia para combater o racismo. “Fomos à Justiça nove vezes e ao Ministério Público nos últimos dois anos. O que ninguém fez, certo? Mas neste ano queremos fazer alguns temas especiais nos estádios, principalmente com o racismo em geral e com o Vinicius Junior também”, disse o presidente.
O presidente completou dizendo que ainda terá mais estratégias, mas não podia anunciar ainda.
“E vamos ter alguns tópicos muito especiais, que não posso comentar muito publicamente, para tentar controlar esses 10, 20, 30 que fazem esses insultos racistas, para que não o façam e não voltem aos estádios” respondeu o cartola no evento.
Os casos de racismo foram recorrentes nos últimos campeonatos espanhóis, e o jogador brasileiro Vinicius Junior foi um grande alvo, com cerca de 10 casos contra ele. O de maior repercussão foi em uma partida entre Valencia e Real Madrid em maio deste ano, em que a torcida do Valencia xingou o craque brasileiro e ele acabou sendo expulso.
O caso repercutiu no Brasil e no mundo, tanto que o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra da igualdade racial Anielle Franco, fizeram intervenções e se pronunciaram em apoio e solidariedade ao jogador.
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