Foi inaugurado nesta quinta-feira(30), dia da independência da República Democrática do Congo, o Quiosque Moïse, no Parque Madureira, Zona Norte do Rio. O espaço foi projetado para não deixar que a história do jovem congolês, brutalmente espancado e assassinado, caia no esquecimento.
O jovem congolês Moïse Kabagambe foi brutalmente espancado em um quiosque na Barra da Tijuca no dia 24 de janeiro deste ano. O espancamento de Moïse foi registrado pelas câmeras de segurança do quiosque. “Essa situação é muito dura, não pode acontecer com outra mãe”, diz a mãe de Moïse Kabagambe, Ivana Lay. “Esse lugar aqui vai ficar em memória a Moise. Se a gente tiver saudade dele, a gente vai ficar aqui para extravasar”.
O município do Rio havia oferecido à família de Moïse, inicialmente, a concessão do quiosque Tropicália, onde o jovem foi morto, mas os familiares do rapaz de 24 anos não aceitaram, alegando razões de segurança. Em março, a família aceitou, no entanto, administrar o quiosque no Parque Madureira. A família conta que escolheu o local pois era onde Moise gostava de passar o tempo livre.
“É um sentimento dividido. Esse quiosque é bom. Mas também a gente quer Justiça. A gente agradece pelo quiosque, mas ele não vai acabar com essa dor. Hoje cedo, antes de vir para cá, a gente foi lá, onde mataram ele. Quando eu cheguei aqui e vi a foto, chorei muito. É muita dor“, desabafou Ivonne Lay, mãe de Moïse .
O espaço tem 154m² de área total, capacidade para 60 lugares e vai abrigar um memorial para celebrar a cultura africana. O projeto da instalação, que funcionará de terça a domingo, foi uma parceria da Prefeitura do Rio com a Orla Rio.
A família de Moïse participou da escolha de cada detalhe. Na cozinha, trabalham brasileiros, mas também refugiados do Congo e de vários países africanos. O cardápio traz petiscos e pratos típicos da culinária congolesa, que só são encontrados aqui, e também por comidas que misturam a culinária brasileira e africana.
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