“Uma pressão dessas só cria mais jovens com distorção de imagem”, diz psicóloga sobre cirurgias plásticas em adolescentes

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De acordo com o último levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), de 2018, foram registradas mais de 1,4 milhões de cirurgias plásticas estéticas no Brasil. A partir dos dados da pesquisa, realizada em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), houve um aumento de 141% no número de cirurgias plásticas feitas em adolescentes entre 13 e 18 anos.

O Notícia Preta conversou com a psicóloga Letícia Rodrigues Alvarenga, sobre a pressão estética na juventude. “Adolescentes são pessoas cuja a identidade está em formação, jovens em busca de pertencimento e nesse período de transição que já é tão delicado, uma pressão dessas só cria cada vez mais jovens com distorção de imagem, frustrados por não atingirem a um ideal que é feito para ser inalcançável e está sempre em mutação”, pontua ela.

Especialista comenta impactos da pressão estética em adolescentes /Foto: Pexels

De acordo com dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, o Brasil é o segundo país que mais realiza procedimentos estéticos no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Segundo outros dados da SBCP, dos quase 1,5 milhão de procedimentos estéticos realizados no Brasil em 2016, 97 mil, cerca de 6,6%, foram feitas em pessoas com até 18 anos de idade.

Letícia comenta que essa pressão estética que os jovens sofrem cada vez mais, está direcionada aos padrões de beleza “vendidos” pela indústria dessa área.

“A pressão estética é o resultado da imposição de padrões de beleza, que por sua vez serve a uma indústria que busca capitalizar em cima das inseguranças de jovens e adultos fazendo com que se sintam cada vez mais inadequados e busquem consumir tudo o que prometa aproximá-los do padrão de beleza imposto no momento“, alerta ela.

Para a psicóloga, a TV e as revistas influenciaram e ainda influenciam toda uma geração. As redes sociais atualmente, também possuem grande influência na forma como os jovens entendem a beleza. A especialista aponta os filtros, editores de imagens e outras ferramentas que promovem uma beleza irreal, o que faz com que os jovens acabem desenvolvendo a necessidade de mudar seus corpos.

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