Prêmio Zezé Motta 2025 homenageia Alaíde Costa e celebra legado de mulheres negras na música brasileira

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Alaíde Costa e Zezé Motta na cerimônia do Prêmio Zezé Motta 2025 (Crédito: Reginaldo Teixeira/NBCUniversal)

Aos 89 anos e prestes a completar 90, Alaíde Costa vive mais um marco em sua trajetória histórica: recebeu, no Cine Roxy, no Rio de Janeiro, a segunda edição do Prêmio Zezé Motta 2025, entregue pela própria artista que dá nome à honraria. Criado pela NBCUniversal, o prêmio reconhece mulheres negras que romperam barreiras, abriram caminhos e transformaram a cultura brasileira, muitas vezes sem o devido reconhecimento em vida.

O encontro entre Alaíde e Zezé simbolizou mais do que uma homenagem: foi a celebração pública de trajetórias que, por décadas, resistiram ao racismo estrutural que insiste em invisibilizar a contribuição de artistas negras para a música e o audiovisual no Brasil. “É uma honra dar continuidade a este prêmio que leva meu nome”, afirmou Zezé Motta, emocionada. “Alaíde é pura história.”

Alaíde Costa e Zezé Motta na cerimônia do Prêmio Zezé Motta 2025 (Crédito: Reginaldo Teixeira/NBCUniversal)

Alaíde, uma das vozes mais marcantes da MPB e pioneira na bossa nova, destacou o peso político do reconhecimento. “Este prêmio simboliza não apenas a minha trajetória, mas a força das mulheres negras que escrevem a história da música brasileira”, declarou. Embora seja parceira de nomes como Vinicius de Moraes, Johnny Alf e Tom Jobim, Alaíde enfrentou preconceito e apagamentos, entre eles, a expectativa racista de que cantoras negras interpretassem apenas samba ou ritmos “animados”. Ela recusou, seguiu seu próprio caminho e ajudou a redefinir a estética da MPB.

A homenagem também reforça o papel transformador de sua obra. Com mais de 20 discos e redescoberta por novas gerações, Alaíde segue ativa: lançou recentemente Uma Estrela para Dalva, se apresentou no Carnegie Hall, venceu o Troféu Raça Negra e divide o palco com Eliana Pittman e Zezé Motta no projeto Pérolas Negras.

Ao premiar Alaíde Costa, o Prêmio Zezé Motta reafirma a urgência de reconhecer e valorizar mulheres negras que moldaram a cultura do país, muitas vezes enfrentando silenciamentos, estereótipos e desigualdades. É um gesto de memória, reparação e justiça histórica.

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