Prêmio Multishow 2023: maior parte dos vencedores são artistas negros

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Na noite desta terça-feira (07), aconteceu a 30ª edição do Prêmio Multishow, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Apresentada por Ludmilla, Tatá Werneck e Tadeu Schmidt, a principal premiação da música brasileira foi marcada como uma das edições com mais vencedores negros: das 23 categorias, 13 delas foram vencidas por artistas e grupos negros.

A cantora Iza foi a artista mais premiada da noite. Sendo eleita como ‘Artista do Ano’, conquistou também a categoria ‘Capa’, com o álbum “Afrodit” e ‘Música Pop’ com “Fé nas Maluca”, parceria com MC Carol. Bastante emocionada, a artista fez um discurso encorajador ao conquistar o maior prêmio da noite.

“Façam o trabalho de vocês, a música de vocês. Cantem as brisas que vocês quiserem, as pessoas certas vão entender”, disse ela.

Iza foi a grande vencedora da noite conquistando três categorias /Foto: Angel Jackson – Notícia Preta

O cantor e compositor Xande de Pilares ganhou nas categorias ‘Albúm do ano’ com o projeto “Xande Canta Caetano”, e ‘Samba e pagode do ano’ com a música “Muito romântico”. Ao Notícia Preta, durante sua passagem pelo tapete vermelho antes da cerimônia, Xande falou sobre a felicidade de ser indicado.

Todo trabalho que a gente faz é para ser notado ou reconhecido. Então, uma indicação para mim já é uma coisa bacana“, disse ele, que também comemorou a grande presença de artistas negros no evento.

A galera preta já está sendo notada desde a época que Sandra de Sá ganhou o Festival MPB Shell cantando ‘Olhos Coloridos’. Além do Tony Tornado, né, entre outros. Mas hoje a coisa tá tomando uma dimensão muito maior. Isso incentiva muito mais a gente encher mais essa bola de gás e até explodir e deixar todo mundo livre, podendo fazer o que quiser“.

Ganhando nas categorias ‘Show do ano’ e ‘Voz do ano’, Ludmilla se destacou ao iniciar cantar o hino nacional após grande repercussão na internet devido a uma “falha” no GP de Formula 1, no último fim de semana.

A cantora também homenageou os funkeiros que morreram neste ano, MC Kátia e MC Marcinho. A interprete de “Rainha da Favela” cantou “Tudo é festa” do cantor, e ao lado de MC Ném cantou o sucesso “Duelo 2” da MC Kátia.

Mas a noite continuou com muitas emoções. O cantor Milton Nascimento surpreendeu a todos ao aparecer do lado da cantora Gloria Groover para apresentar a categoria ‘Artista do ano’ e foi ovacionado pela plateia.

Conheça os outros vencedores

A cantora Elza Soares ganhou com a música do seu álbum póstumo nalnado em junho deste ano, chamado “No tempo da Intolerância”, na categoria ‘MPB do Ano’. Já na categoria ‘Hip Hop do Ano’ os artistas Djonga, Sarah Guedes e Rapaz do Dread foram os grandes vencedores com “Penumbra”. O cantor Léo Santana levou na categorias ‘Axé e Pagodão do Ano’ com o sucesso “Zona de Perigo. “

O funkeiro Kevin O Chris, ganhou como ‘Funk do Ano’ com a música “Tá ok”, parceria com Dennis DJ. A parceria do grupo Planet Hemp com o artista Criolo, ganhou como ‘Rock do Ano’ com a faixa “Distopia”, sendo uma das novidade da premiação. A cantora Melly venceu a categoria ‘Revelação’.

Melly, que se apresentou na premiação, venceu a categoria ‘Revelação’ /Foto: Angel Jackson – Notícia Preta

Na categoria ‘Cristã do Ano’, o grande vencedor foi o cantor Kleber Lucas com o artista Caetano Veloso. O artista Pretinho da Serrinha foi o vencedor das categorias ‘Produção musical do ano’ e ‘Instrumentista do ano’.

Confira a lista completa aqui.

No tapete vermelho

O Notícia Preta esteve presente no tapete vermelho da premiação, falando com os artistas e personalidedes negras que foram prestigiar o evento, e que estavam concorrendo em alguma categoria. Uma delas é a ex-BBB e psicóloga Sarah Aline, que particou do evento pela primeira vez, de perto.

Estou muito feliz, e eu gosto muito da ideia de poder celebrar o Prêmio Multishow pois ele faz parte da minha vida de telespectadora, mas porque sempre foi um lugar de muitan representatividade também, de ver pessoas assim como nós chegando nesses lugares não só ganhando prêmios mas sendo referência musical“.

Já Thiago Pantaleão, que concorreu ao prêmio de ‘Revelação’, falou com detalhes de seu próximo projeto. “Agora a gente vai entregar muita dança. A gente vai entregar também muito. Conceito a gente vai entregar muito. Nos shows, a gente está desenhando um novo. É algo que eu acho que entrega muita verdade também sobre o que eu sinto, sobre as coisas que eu acredito“.

Também passou pelo tapete, e conversou com o Notícia Preta, o rapper L7, que falou sobre seu trabalho depois de tantos sucessos, dentre eles o hit “Ai Preto”. “Eu acho que minha vida, minha carreira é isso: acreditar no poder da palavra e falar o que eu acredito que vai acontecer, e mais na frente eu ver que aquilo ali deu certo“. Sobre o crescimento do rap e do trap, L7 se diz muito feliz, inclusive sobre novos nomes surgindo.

Eu fico muito feliz porque há quatro ou cinco anos atrás eu era uma dessas pessoas que estava começando sem almejar isso tudo que aconteceu. Então, acho que nada mais justo do que eu impulsionar esses novos artistas“.

O produtor Evandro Fióti, irmão do rapper Emicida e CEO do Laboratório Fantasma também falou com o Notícia Preta, e afirma que a empresa que comanda ao lado do irmão aborda temas que “contribuem para a formação da sociedade” e que com ela, tenta fazer para os outros, através da música, o que a música fez com a vida dele e de Emicida.

Além disso, ele adianta que novos projetos estão por vir. “Estamos começando agora novos projetos com Rael e Drika

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