Além disso, o mandatário belo horizontino ainda isentou o transporte público
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), culpou as faxineiras e arrumadeiras pela evolução nos quadros de Covid-19 na capital mineira. Em entrevista coletiva, realizada na tarde desta segunda-feira (19), o político disse que, de acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, “não é no ônibus que estão contaminando (…) Estão muito mais contaminadas as faxineiras, as arrumadeiras, do que o transporte público”, afirmou.
Para o professor e sociólogo Everton Pereira, a fala do político mostra a falta de conhecimento dos mandatários sobre os serviços públicos e demonstra o tamanho do abismo social que vivemos. “Essa fala dele é bem infeliz e corrobora com esse abismo da desigualdade que está sendo construído com muita força. Se o grande marcador do Brasil é a desigualdade social, com a pandemia isso fica mais evidente e mais forte e mais perverso”, lamenta.
Everton lembra ainda que o atual prefeito de Belo Horizonte é empresário, ligado ao ramo das empreiteiras, que têm relações diretas com a estrutura liberal. Sendo assim, a origem dele diz respeito ao desconhecimento sobre como funciona a circulação de pessoas no contexto popular. “Os ônibus, em BH particularmente, nos horários de pico, andam abarrotados e é bom que tenhamos essa relação direta de discussão porque a máscara ajuda a prevenir o contágio pelo vírus, mas não impede o vírus de circular. O que ele fala é perigoso e chega a ser desumano. Não precisa nem ser gênio para saber que no transporte público tem isso (contágio)”, alerta.
Ainda durante a entrevista, o prefeito Alexandre Kalil anunciou a reabertura gradual dos comércios considerados não essenciais em Belo Horizonte, como academias de ginástica, bares e salões de beleza, que poderão voltar a funcionar a partir da próxima quinta-feira (22).
Aumento nos óbitos e greves em SP
Em Guarulhos, na Grande São Paulo, as mortes por Covid-19 entre motoristas e cobradores subiram 42,3%, segundo levantamento do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindimotoristas). Em nota, o sindicato disse que os motoristas e cobradores ficam muito vulneráveis, mesmo seguindo as normas sanitárias. “O fato é que, mesmo seguindo todos os protocolos de segurança, com o uso de máscara e álcool em gel, os condutores continuam sofrendo maior risco de contágio”, afirma o texto.
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Além disso, o Sindimotoristas planeja uma paralisação de 24 horas a partir desta terça-feira (20), reivindicando um posicionamento do Governo do Estado sobre a vacinação dos profissionais da categoria contra a Covid-19. Já os profissionais da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) podem cruzar os braços no próximo dia 27, por tempo indeterminado, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São paulo (STEFSP). Eles reivindicam vacinação, reajuste salarial e participação nos lucros
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