Oito policiais militares do Rio de Janeiro estão sendo investigados após serem flagrados furtando objetos de uma residência durante uma operação no Complexo do Alemão, em janeiro deste ano. O caso veio à tona agora, depois que as imagens das câmeras corporais dos próprios agentes foram analisadas pelo Ministério Público.
No vídeo, os PMs aparecem experimentando roupas, passando perfume, além de comentar sobre levar caixas de som e até um videogame PlayStation 5 da casa invadida. Segundo a corporação, os militares foram afastados do policiamento externo e respondem a inquérito na Justiça Militar.

Organizações de direitos humanos e segurança pública já vêm alertando que episódios como este não são isolados. A Justiça Global, por exemplo, denuncia em relatórios que a impunidade e a omissão do sistema de justiça frente a crimes cometidos por policiais favorecem a repetição dessas práticas.
O Instituto Sou da Paz também aponta que a eficácia de câmeras corporais depende de protocolos rigorosos de uso e responsabilização, ressaltando que, quando bem aplicadas, podem reduzir abusos e letalidade policial. Já a Anistia Internacional e a Human Rights Watch reforçam que comunidades periféricas são as mais afetadas por violações, e que a falta de investigações consistentes enfraquece a confiança da população nas forças de segurança.
O episódio reacende, assim, o debate sobre transparência, controle externo e punição efetiva a agentes que cometem ilegalidades, pontos considerados centrais por especialistas para reconstruir a relação entre polícia e comunidade no Brasil.
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