Poder de compra negro movimenta R$ 2 trilhões por ano, mas racismo ainda limita o consumo

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Levantamento revela que 34,8% afirmam ter sido vítimas de racismo enquanto realizavam compras.

Mesmo movimentando cerca de R$ 2 trilhões por ano na economia brasileira, a população negra continua enfrentando racismo durante experiências de compra. No último ano, segundo pesquisa do Instituto DataRaça em parceria com o Instituto Akatu, 34,8% das pessoas negras afirmaram ter sido alvo de algum tipo de discriminação enquanto realizavam compras.

De acordo com a pesquisa, 70% dos casos de racismo ocorreram de modo velado, como por exemplo quando clientes negros são seguidos por seguranças dentro das lojas, ou quando vendedores oferecem versões mais baratas dos produtos.

Mesmo movimentando cerca de R$ 2 trilhões por ano na economia brasileira, a população negra continua enfrentando racismo durante experiências de compra – Foto: Freepik

Racismo estrutural

Atitudes como as vivenciadas pelos entrevistados da pesquisa, revelam o racismo estrutural enraizado na sociedade e sentido na pele por pessoas negras.

O racismo estrutural é uma forma de violência sistemática, presente nas instituições, na sociedade como um todo e no cotidiano, através dele práticas conscientes ou inconscientes de discriminação aumentam as desvantagens para pessoas negras em todos os aspectos.

Leia também: 91% dos consumidores negros das classes ‘A’ e ‘B’ relatam racismo em estabelecimentos de luxo

Compromisso com a diversidade

Outro dado da pesquisa revela que consumidores negros valorizam marcas comprometidas com a diversidade e o respeito, 37,4% dos participantes afirmam observar antes de realizar uma compra se a empresa ou marca adota práticas antirracistas.

A pauta racial e o engajamento das empresas no tema tem caído nos últimos anos, além de falar menos sobre isso empresas tem se mostrado menos interessadas em contratação de pessoas através das metas de diversidade que são objetivos específicos para aumentar a representatividade de diferentes grupos em uma organização, promovendo um ambiente de trabalho mais inclusivo.

Segundo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) metas explícitas de diversidade em vagas de estágio por exemplo, caiu entre 2023 e 2024.

Layla Silva

Layla Silva

Layla Silva é jornalista e mineira que vive no Rio de Janeiro. Experiência como podcaster, produtora de conteúdo e redação. Acredita no papel fundamental da mídia na desconstrução de estereótipos estruturais.

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