O policial militar que atirou contra o jovem, de 17 anos, em janeiro deste ano, em Samambaia, no distrito federal, foi indiciado por homicídio. As investigações da Polícia Civil do Distrito Federal descartaram as alegações de que o jovem carregava o simulacro de uma arma e que o PM, que não teve o nome divulgado, tenha agido em legítima defesa.
O garoto estava na garupa de uma moto quando foi baleado em um bloqueio policial. Na ocasião, os policiais militares que realizavam a ação na ligação entre Ceilândia e Samambaia afirmaram que o jovem e um amigo que pilotava a moto teriam furado o bloqueio.
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“Há elementos robustos que demonstram que nenhum dos dois integrantes da moto fizeram qualquer movimento de sacar suposto simulacro”, revelou a PCDF no resultado do indiciamento realizado nesta segunda-feira (25).
Os responsáveis pela investigação ainda explicitaram que durante a apurção foram ouvidas 16 pessoas, além de analisados laudos de perícia e provas “de caráter técnico- cibernético” até a determinação de que o policia militar fosse indiciado por homicídio. Em nenhuma parte do simulacro apreendido foram encontradas digitais do jovem assassinado.
Letalidade Policial população jovem e negra
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgados no último ano revelaram que jovens negros foram as maiores vítimas de policiais sendo 78,9% das 6.416 pessoas mortas por policiais em 2020. Um estudo feito pela Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, divulgada em 2022 também mostrou que 56,1% das mortes em decorrência de intervenções policiais nos dois anos anteriores foram de pessoas negras. De acordo com a própria Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo no ano de 2019, esse percentual chegou a 55,18%.
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