Pessoas trans mais velhas têm mais pensamentos suicidas, aponta pesquisa

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Em 20 de novembro é comemorado o Dia da Memória Transgênero (TDoR – em inglês) que homenageia as vítimas transgênero mortas por causa do ódio. Um estudo norte-americano, publicado pela revista científica “Aging and Mental Health”, revelou que um quarto havia considerado seriamente a alternativa de acabar com a própria vida nos últimos 12 meses.

Em 2022, o Brasil bateu a marca de país com mais mortes de pessoas trans e travestis no mundo, pelo 14º ano consecutivo. Foram 131 assassinatos e 20 suicídios relacionados ao preconceito e à discriminação, segundo informações do dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

Foto: Antra/Divulgação

O professor da faculdade de serviço social da Universidade do Estado da Califórnia, Alex Washington, falou sobre a urgência de ter uma rede de apoio.

“O peso do preconceito não dá trégua a quem sobrevive. Pesquisa divulgada ontem alertava para taxas alarmantes de pensamentos suicidas nesse grupo: um quarto das pessoas havia considerado seriamente a alternativa de acabar com a própria vida nos últimos 12 meses”, pontuou. “Nossa pesquisa expõe uma dolorosa realidade causada pelo acúmulo e multiplicidade de fatores adversos em suas existências”, finalizou.

A pesquisa foi realizada com 3.724 pessoas trans com mais de 50 anos. Do total de 151 pessoas mortas em 2022, 65% dos casos foram motivados por crimes de ódio, com requinte de crueldade. 72% dos suspeitos não tinham vínculo com a vítima. De acordo com o relatório, a identidade de gênero é um fator determinante para essa violência. 

O ministro Silvio Almeida, falou sobre o relatório realizado pela Associação em 2022.

Quando falamos sobre gênero e sexualidade, somos acusados de sermos identitários. Pergunto a essas pessoas se é possível construir um país com os números que vemos agora. “É possível construir um país suportando o assassinato de pessoas só porque elas são o que elas são? Se não tivermos a decência de mudar essa realidade, não mereceremos ser um país”.

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