45% das mortes entre crianças são causadas por má nutrição, aponta pesquisa

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Segundo um estudo realizado em 16 países no segundo semestre de 2023, a má nutrição é responsável por 45% das mortes de crianças de zero a cinco anos em proporção mundial. Os dados da ONG World Vision em parceria com Ipsos, Not Enough: Global Perceptions on Child Hunger and Malnutrition, também mostra que 21% das famílias entrevistadas afirmam que suas crianças foram obrigadas a deitar-se com fome devido à escassez de comida.

Cerca de 14 mil pessoas de países desenvolvidos e subdesenvolvidos participaram da entrevista. Com base nos dados, apenas uma pessoa em cada três acredita que a fome infantil poderá ser eliminada em escala global, até 2030, assim como afirma o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os dados são de uma pesquisa da ONG World Vision /Foto: William West/AFP

Aliás, a maioria acredita que há comida suficiente disponível para isso, se for compartilhada. Ainda segundo o estudo, a problemática da fome teve um grande agravamento em comparação aos últimos cinco anos.

De acordo com 97% dos entrevistados, é importante proporcionar uma alimentação adequada às crianças durante o período escolar, e por volta de 85% expressam apoio ao financiamento governamental para refeições escolares. Contudo, somente 40% dos responsáveis ouvidos afirmam que suas crianças receberam alimentação escolar nos últimos 30 dias.

Inclusive, nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa, 46% das pessoas que foram entrevistadas enfrentaram dificuldades de encontrar recursos para comprar alimentos básicos, aumentando para 77% nos países de baixa renda. Por volta de 30% relataram a ausência de alimentos em casa devido à falta de recursos financeiros, enquanto 30% desconheciam de onde viria a próxima refeição.

Além disso, com base na observação, as principais causas da fome em âmbito nacional são relacionadas com a inflação e com o aumento do custo de vida, citadas por 55% dos participantes. Em sequência aparece a falta de foco governamental, mencionada por 37%.

Os países incluídos nas categorias de alta renda para a pesquisa foram: Austrália, Canadá, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. Já os países de renda média compreendem Bangladesh, Filipinas, Brasil, Iraque, México e Peru, enquanto Chade, República Democrática do Congo e Malawi representam os países de baixa renda.

Vale ressaltar que a desnutrição infantil pode ter repercussões irreversíveis, como baixa estatura, menor rendimento escolar, recorrência de doenças infecciosas, prejuízos no desenvolvimento psicomotor e menor renda e produtividade na idade adulta.

A problemática da fome e da desigualdade social ainda é uma realidade atual, afetando diretamente a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), os principais fatores que influenciaram o avanço expressivo da fome, tanto no Brasil quanto no mundo, foram a pandemia de covid-19 e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia.

Leia também: Unicef alerta que 1 milhão de crianças podem sofrer de desnutrição aguda no Sahel

Aline Rocha

Aline Rocha

Aline Rocha é Graduada em Licenciatura em Linguagens e Códigos- Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Maranhão. Pós-Graduada em Linguagens, Suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho pela Universidade Federal do Piauí. É integrante do grupo de pesquisas: GEPEFop LAPESB- Laboratório de pesquisa Pierre Bourdieu: Análise sobre a prática pedagógica.Atuou como bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), na qual ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 6º ano e 9º ano, tanto na modalidade regular como na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Entre 2018 a 2020. Atuou como bolsista Capes no Programa Residência Pedagógica, em que ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 9º ano, 1º ano e 3º ano do Ensino Médio, entre 2020 a 2022. Atuou como monitora voluntária na disciplina de Linguística Textual, na turma 2018, do curso de Linguagens e Códigos-Língua portuguesa, na Universidade Federal do Maranhão. Atualmente é Professora da Educação Básica e pesquisadora Antirracista.

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