Nos primeiros meses desse ano, o Pantanal bateu a marca de 800 mil hectares queimados por incêndios. É o que aponta um levantamento feito pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ).
Foram precisamente 802.875 hectares queimados no bioma, de 1º de janeiro a 23 de julho de 2024, o que corresponde a 800 mil campos de futebol. No mesmo período do ano passado foram 32 mil hectares queimados. Ou seja, um aumento de 2.362% em 2024,
Este ano, os incêndios no bioma foram os maiores da história, superando ano de 2020, que detinha o recorde de queimadas no bioma até então, segundo a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Mas apesar de ser esperado anualmente um período de queimadas no Pantanal, entre o fim de julho e o mês de agosto, o período começou de forma antecipada. Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, eles não foram motivados por questões naturais.
A ministra chegou a afirmar no início deste mês que a Polícia Federal (PF) está investigando de 18 a 19 focos de incêndio no Pantanal, “para determinar a autoria”, já que Marina aponta que a ação humana é o que tem causado a maior devastação já registrada no bioma.
“O que nós estamos identificando é que 85% dos incêndios que temos hoje estão ocorrendo em propriedades privadas. A história de que pode ser raio, descarga de raio, não é [verdadeira]. É por ação humana”, destacou a ministra.
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